Febraban apóia pacote de microcrédito e diz que pode colaborar

25/06/2003 - 15h41

São Paulo, 25/6/2003 (Agência Brasil - ABr) - O economista-chefe da Federação Brasileira dos Bancos (Febraban), Roberto Luiz Troster, disse que os bancos privados querem integrar o plano do governo de estimular o microcrédito. "É vocação de todos os bancos, sejam eles privados ou públicos, emprestar". A ampliação do leque de clientes das instituições bancárias, segundo Troster, é atraente. "Barateando o crédito em algumas operações, você tem espaço para um crescimento maior da base de clientes, muito bem vindo pelos bancos", afirmou.

Na opinião dele, o pacote de microcrédito, anunciado pelo governo, proporcionará ganhos amplos da economia. "Você não tem um só caso de um país que haja crescido sem antes desenvolver seu sistema financeiro. Foi um passo na direção correta e ajuda a economia brasileira a retomar o crescimento", disse.

No entanto, considera improvável que a oferta de microcrédito tenha algum impacto sobre os juros cobrados pelos bancos a outros clientes, que não os de baixa renda. "Se as mesmas medidas, como isenção do compulsório e PIS/Cofins mais baratos, fossem feitas para todas as operações bancárias, todo o espectro de taxas de juros cairia, com certeza", observou.

A Fecomércio/SP divulgou nota oficial na qual elogia a iniciativa do governo e destaca pontos como o modelo de atuação das cooperativas de crédito, que "abre espaço para que entidades empresariais, como a Federação do Comércio, montem cooperativas para atender os pequenos e microempresários do seu setor".

Ressalta, também, que "a eficácia destas medidas no prazo mais longo dependerá diretamente da concretização das Reformas Tributária e Previdenciária, da queda da taxa Selic e da manutenção da estabilidade econômica".