Rio, 24/6/2003 (Agência Brasil - ABr) - A inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) caiu para 0,22% em junho, contra os 0,85% registrados em maio. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o índice foi influenciado pela desaceleração nos reajustes dos alimentos, cujos preços subiram 0,30% em junho (0,64% em maio) e também pela queda significativa de 4,36% no preço da gasolina nos postos de venda.
O IPCA-15 é uma leitura prévia do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), usado pelo governo para fixar as metas inflacionárias e também ficou abaixo da taxa de 0,61% registrada pelo IPCA de maio.
De acordo com o IBGE, muitos alimentos apresentaram queda nos preços, com destaque para tomate (-19,55%), cebola (-13,66%), hortaliças (-7,00%), frutas (-6,18%), açúcar cristal (-5,78%), pescado (-5,15%), feijão carioca (-4,80%) e óleo de soja (- 4,42%). Em alta, os principais destaques foram arroz (13,39%), farinha de mandioca (4,94%), batata-inglesa (3,95%) e leite pasteurizado (3,01%).
Os preços do álcool combustível (-7,19%) e dos remédios (-0,32%) também caíram, assim como as tarifas de energia elétrica (de 6,40% para 2,14%), os artigos de limpeza (de 1,90% para 0,82%), a taxa de água e esgoto (de 2,95% para 0,81%), a do gás de cozinha (de 1,94% para 0,44%) e as tarifas de ônibus urbanos (de 2,15% para 0,54%). Já os artigos de vestuário passaram de 0,98% para 1,93%, revelando a alta provocada pela entrada da nova coleção no mercado.
Entre as regiões pesquisadas, duas apresentaram deflação: Brasília, com -083% e Curitiba, com -0,14%. Em São Paulo, os preços subiram 0,19% e no Rio de Janeiro, 0,23%. A maior taxa de inflação em junho foi registrada em Recife, 0,80%.
Com o resultado de junho, o IPCA-E – que compreende a inflação acumulada em três meses – ficou em 2,22% no segundo trimestre do ano, bem abaixo do índice do primeiro trimestre, de 5,40%. O resultado se refere a abril (1,14%), maio (0,85%) e junho (0,22%). No ano, a taxa acumula alta de 7,75%, e nos últimos 12 meses, de 17,12%.
O IPCA-15 se refere às famílias com rendimento mensal de 1 a 40 salários-mínimos e abrange as regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador e Curitiba, além de Brasília e Goiânia. A metodologia usada para o cálculo é a mesma do IPCA. A diferença é que o IPCA é calculado ao longo do mês civil e o IPCA-15 abrange o período de 16 de maio a 12 de junho.