Brasília, 24/6/2003 (Agência Brasil - ABr) - A esperança de que o hidrogênio possa se tornar uma alternativa ambientalmente saudável para substituir o petróleo recebeu um duro golpe. Um estudo feito nos Estados Unidos indicou que os vazamentos de gás H2 nas células de combustível a hidrogênio existentes hoje poderiam afetar a camada de ozônio da Terra.
O alerta foi dado por pesquisadores da agência espacial norte-americanados (Nasa) e do Instituto de Tecnologia da Califórnia (Caltech ) em estudo publicado na revista "Science", principal periódico científico norte-americano.
Segundo os cientistas, se o hidrogênio tomasse o lugar de toda a gasolina, carvão e combustíveis fósseis existentes hoje, a emissão de hidrogênio em forma gasosa na atmosfera seria de quatro a oito vezes maior. Isso teria conseqüências como o resfriamento e formação de nuvens em excesso na alta atmosfera. Com temperaturas baixas, as reações químicas que destroem a camada de ozônio ocorreriam mais intensamente.
Os autores do estudo alertam para o fato de que seu trabalho está longe de ser um golpe fatal contra a pesquisa feita na área. A célula combustível de hidrogênio ainda é vista como uma forma ambientalmente limpa de geração de energia, porque não lança carbono na atmosfera e tem apenas água como subproduto. O problema é que a tecnologia atual não consegue evitar vazamentos de hidrogênio em forma gasosa, mas isso pode vir a ser solucionado no futuro.
Os efeitos causados pela emissão de hidrogênio em excesso também poderiam ser atenuados pela política de redução gradativa dos clorofluorcarbono (CFC), gases que atacam a camada de ozônio. A absorção de hidrogênio pelo solo também poderia contribuir, em determinados cenários, mas os dados levantados pela Nasa e pelo Caltech ainda não são conclusivos.