Frei Beto rebate críticas ao Fome Zero

24/06/2003 - 16h24

São Paulo, 24/06/2003 (Agência Brasil - ABr) - O assessor especial da Presidência da República, Frei Beto, rebateu hoje as críticas ao programa Fome Zero que, segundo ele, acontecem por desinformação ou por ansiedade injustificada, uma vez que, em sua opinião, "o programa está além das expectativas". Ele lembrou que nos primeiros cinco meses de funcionamento, o programa já foi implementado em 191 municípios nas áreas mais pobres do país, 850 toneladas de alimentos foram transformadas em cestas básicas, foram liberados R$ 5 milhões para o atendimento a comunidades indígenas do Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Sul. Além disso, houve construção de casas populares e investimentos em saneamento básico e programas de saúde.

"A imprensa ficou viciada em se alimentar de retalhos (poucas informações). É por isso que houve críticas ao Fome Zero, mesmo antes das pessoas conhecerem. Imaginava uma coisa que não era. E o cupom? E a nota fiscal? O programa é outra coisa. Imaginava-se uma grande distribuição de cestas básicas no Brasil afora, com carretas levando, como a gente via na época de campanhas anteriores, na época de flagelados", disse Frei Beto, que participou de um seminário sobre Cidadania Ecológica, em São Paulo.

Frei Beto reiterou que o Fome Zero não é assistencialista e que o forte do programa é a distribuição de renda e a inclusão social. Ele apontou o cadastro das famílias com uma das dificuldades para agilizar ainda mais o Fome Zero. Frei Beto explicou que as famílias foram inscritas tendo como base as informações do cadastro único para programas sociais do governo anterior. Com a formulação de um novo banco de dados demoraria mais tempo para que o Fome Zero fosse implementado.

Segundo ele, o cadastro tem de ser revisto com cautela para não prejudicar nenhuma família. "Acontecem os casos de famílias cadastradas, mas (que) têm renda. Aconteceu no governo anterior, não fomos nós que cadastramos", disse Frei Beto. De acordo com ele, há uma incidência de aproximadamente 10% de erros ou abusos nos cadastros, mas estes logo são detectados, muitas vezes graças a denúncias da população, e corrigidos.