Egito aceita proposta brasileira de realizar cúpula entre países latinos e Oriente Médio

24/06/2003 - 18h49

Brasília, 24/6/2003 (Agência Brasil - ABr) - O Brasil pretende promover em 2004 uma reunião de líderes da América do Sul e do Oriente Médio com o objetivo de discutir formas de aproximação das duas regiões nos campos político, econômico e comercial. Essa idéia do presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi transmitida pelo ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, ao presidente do Egito, Hosni Mubarak, em encontro realizado hoje no Cairo, Egito.

Além de convocar o país para participar da reunião, o chanceler brasileiro convidou Mubarak para visitar o Brasil. Segundo informações do Ministério das Relações Exteriores, a iniciativa do presidente Lula e o convite para visitar o Brasil foram acolhidos com satisfação. Será a primeira viagem diplomática de um chefe de estado egípcio ao país. Essa aproximação diplomática pode render também bons frutos comerciais com o fortalecimento de acordos bilaterais. O Egito, por exemplo, já mostrou interesse em comprar aviões da Embraer.

Esse encontro de Amorim faz parte da programação da viagem ao Oriente Médio iniciada no último dia 21. O chanceler já esteve na Jordânia e amanhã partirá para o Líbano. Essas visitas estão inseridas na estratégia global de política externa definida pelo governo federal, visando estreitar não só laços econômicos e comerciais, mas também o relacionamento político com países de outras regiões.

Durante sua estadia na Jordânia, o chanceler brasileiro participou de uma reunião extraordinária do Fórum Econômico Mundial. Amorim manteve uma série de encontros paralelos com diversos participantes do evento, entre eles o ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Igor Ivanov, e o secretário-geral das Nações Unidas, Kofi Annan.

De acordo com o Itamaraty, os ministros brasileiro e russo trocaram idéias sobre os meios de fortalecer o multilateralismo e a ONU. Discutiram também as possibilidades de reforma e ampliação do Conselho de Segurança, no qual, segundo Ivanov, o Brasil é um candidato natural a ocupar assento permanente.

Annan destacou a importância da presença do presidente Lula na sessão de abertura da Assembléia Geral das Nações Unidas que será realizada em Nova Iorque no mês de setembro. Nessa reunião, será feita uma reavaliação das medidas necessárias para o fortalecimento da organização multilateral.

Amanhã, o chanceler realiza visita ao Beirute, no Líbano, onde encontrará o chefe de estado Emile Lahoud, o presidente do Conselho de Ministros libanês, Rafik Harire, e o chanceler Jean Obeid.