Brasilia, 24/6/2003 (Agência Brasil - ABr) - O Conselho Monetário Nacional (CMN) aprovou hoje o ajuste da meta inflação para 2004 em 5,5%, calculada pelo Indice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), com bandas de tolerância de 2,5 pontos percentuais para mais ou para menos. Para 2005, a meta ficou em 4,5%, com as mesmas bandas.
Apesar desses intervalos de tolerância, o ministro da Fazenda, Antonio Palocci, enfatizou que o governo não pretende ultrapassar a meta de 5,5%. "Não há mais meta ajustada. Vamos perseguir o índice de 5,5% como meta, como ponto central da meta de 2004. Não vamos perseguir o intervalo, não". Ele lembrou que a meta é estabelecida com margem para acomodar eventuais choques econômicos, como o que ocorreu no ano passado.
Palocci lembrou que a meta ajustada em 5,5% já havia sido divulgada em janeiro, e que o anúncio de hoje estaria apenas tornando definitivo este ajuste. "Dizíamos àquela época que, tendo em vista o choque que o Brasil sofreu no ano passado, seria inadequado para o país buscar, no curtíssimo espaço de tempo, as metas anteriores, em torno de 4%", salientou.
A meta estabelecida no ano passado para 2004 era de 3,75%, com intervalos de 2,5 pontos percentuais para mais ou para menos.
Para o ministro, a meta de 5,5% é factível e está de acordo com as expectativas do mercado. "Um objetivo menor seria um esforço a mais da economia, portanto uma perda de PIB. Um índice maior não teria sentido, na medida em que os dados da inflação e a expectativa futura convergem para a meta", explicou.
De acordo com o ministro Palocci, as novas metas são consistentes com os objetivos de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 3,5% em 2004, conforme determina a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO). Para este ano, o governo já vem trabalhando com perspectiva de crescimento inferior aos 2,8%, projetados no ano passado. A expectativa de crescimento para 2003 gira em torno de 2%. "Há uma assimetria na economia, na medida em que ainda nos recuperamos do choque do ano passado", disse.
O ministro lembrou ainda que "outras grandes decisões" na área de microcrédito e de financiamento deverão ser anunciadas amanhã pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o que também impulsionará a economia.
As perspectivas de crescimento econômico, incluindo a redução das taxas juros, dependerão também de como os agentes econômicos se comportarão diante das metas de inflação, disse Palocci. "Esse esforço não pode ser feito apenas pela política monetária. É um percurso que deve ser perseguido sob a coordenação da política monetária, mas sob a ação de todos os agentes econômicos".
O CMN aprovou ainda na reunião hoje a manutenção da Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP) em 12%. A taxa é revista a cada três meses e o conselho leva em consideração a projeção da inflação para os 12 meses seguintes e o risco país.