Bancários denunciam mau atendimento do INSS

24/06/2003 - 17h20

Brasília, 24/6/2003 (Agência Brasil - ABr) - O presidente da Confederação Nacional dos Bancários (CNB), Vagner Freitas, levou hoje um dossiê ao ministro da Previdência Social, Ricardo Berzoini, que denuncia o mau atendimento do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Freitas, que representou 28 sindicatos de bancários de todo o país, responsabilizou o INSS pelo mau atendimento a trabalhadores que solicitam aposentadoria causada pela lesão por esforço repetitivo (LER).

"Temos notado um preconceito do INSS de achar que a LER é uma 'forçação' de barra por parte do trabalhador e que não representa efetivamente uma doença. Cada vez que o trabalhador procura o Instituto, ele é caracterizado como um fraudador em potencial", disse Freitas.

Ele denunciou ainda que os peritos do INSS estariam sofrendo desvio de função. "Muito peritos não são qualificados, temos casos de ginecologistas trabalhando como médicos do trabalho". O dossiê aponta também indícios de que alguns peritos estão fornecendo laudos negativos pressionados por grandes empresas.

Para solucionar o problema, a CNB propôs ao ministro a diminuição da jornada de trabalho que, por lei, é de 6 horas, mas, segundo Freitas, pode chegar a 10 horas. Ele sugeriu ainda a melhoria das condições e do ambiente de trabalho.

Outro ponto que preocupa a CBN é a pressão vivida pelos bancários. Metas e horários que devem ser cumpridos à risca pelos trabalhadores têm sido o principal motivo apontado para o aumento de internações psiquiátricas. Dados divulgados pela Confederação Nacional dos Bancários revela que mais de 100 trabalhadores do Banco do Brasil cometeram suicídio durante o governo Collor.

Segundo Vagner Freitas, o ministro da Previdência Social já presidiu a CNB e conhece de perto as reivindicações. Para Berzoini, a solução é demorada, pois demanda uma mudança cultural.