São Paulo, 24/6/2003 (Agência Brasil - ABr) - A mudança na meta de inflação de 3,75% para 5,5%, anunciada hoje, representa um complemento das medidas para início da queda dos juros no mercado. A análise foi feita há pouco pelo presidente do Instituto Brasileiro dos Executivos de Finanças de São Paulo (Ibef/SP), Walter Barros.
Ele disse que "essa meta de inflação para o ano que vem permite que o Governo comece a reduzir a taxa de juros para os próximos meses, na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom)". Para o executivo, a medida se traduz, em termos políticos, "em uma demonstração muito clara de que o governo, por meio do ministro da Fazenda, pretende realmente retomar o desenvolvimento".
Walter Barros explicou que as medidas tomadas recentemente, como redução da Selic, de 26,5% ao ano para 26% ao ano, terão impactos na economia dentro de quatro a seis meses, o que acabaria resvalando para o próximo ano. "Como em 2004, a meta de inflação estava em 3,75%, certamente isso geraria uma pressão inflacionária para ultrapassar essa meta", explicou. "Ao colocar a previsão de meta inflacionária para 2004 em 5,5%, o governo está permitindo que as autoridades monetárias adotem mais flexibilidade para ajustar para menor as taxas de juros", acrescentou.