Brasília, 23/6/2003 (Agência Brasil - ABr) - Começa hoje a campanha de conscientização dos consumidores sobre a comercialização de veículos vindos de outros estados e vendidos em Brasília. O Sindicato dos Concessionários e Distribuidores de Veículos do Distrito Federal(Sindicov-DF) está lançando a campanha para alertar os consumidores dos riscos que eles correm ao comprar um carro de uma concessionária em outro estado. Outro objetivo é chamar a atenção para a evasão fiscal de locadoras de outros estados instaladas no Distrito Federal, que não recolhem impostos.
Entre os problemas que o consumidor pode ter em compra com a intermediação de agências não autorizadas no Distrito Federal está o de acabar recebendo um veículo que não corresponde ao seu pedido. Há casos, por exemplo, em que o cliente adquiriu um zero Km e depois descobriu que o carro já havia sido pintado, contou Roberto Lima, vice-presidente do Sindicov-DF, em entrevista, ao programa A Vez do Consumidor, da Rádio Nacional.
Outro transtorno enfrentado freqüentemente pelos consumidores é que os carros zero Km custam mais barato em outros estados, mas vêm rodando com velocímetro desligado. Após adquirir esse veículo e ao levá-lo a concessionária autorizada é que o consumidor vai saber dessa violação considerada gravíssima, porque o sistema eletrônico acusa. Com isso, a fábrica corta imediatamente a garantia do carro.
Outro problema grave causado por esta prática é a evasão fiscal. Segundo Lima, estima-se que o Distrito Federal está perdendo em torno de R$ 40 milhões, pois o dinheiro do ICMS não vem para o DF, o dinheiro do imposto fica no estado de origem da concessionária." Nós estamos exportando riquezas para outros estados, deixando de ter aqui no DF mais dinheiro para saúde, segurança e educação", explicou.
De acordo com dados do Sindicato, dos 3095 veículos vendidos no mês de abril, 397 foram provenientes de dessas intermediações, num total de 11,2%. O acumulado no ano passado foi de 12%. Levando em consideração que uma concessionária vende em média de 60 a 70 carros por mês, os 397 carros que vêm de outros estados representariam a abertura de outras seis ou sete concessionárias na região. Com essa prática, deixam de ser gerados no DF em média 400 empregos diretos.
Lima ressaltou que o sindicato não quer reserva de mercado, porque afinal o consumidor tem o direito de escolher onde comprar o seu carro. "Queremos que os intermediários do DF façam a contabilidade das operações para que possam ser recolhido impostos dessas locadoras".