Brasília, 23/6/2003 (Agência Brasil - ABr) - Nascer na cidade ou no campo, crescer com alguma deficiência, ser parte de uma família com renda per capita menor que meio salário mínimo, ser menino ou menina, ser branco ou indígena, viver no Sul ou no Nordeste. Todos esses fatores ainda determinam no Brasil o acesso de crianças e adolescentes a serviços de saúde, de educação ou se será preciso trabalhar antes dos 15 anos de idade. Para debater o tema das desigualdades e dos direitos das crianças, o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e a Rede Globo promovem a partir de quarta-feira (25) o 1° Seminário Criança Esperança, Igualdade na Diversidade.
A cerimônia de abertura do encontro, na Procuradoria Geral da República, contará com a presença especial de Rigoberta Menchú Tum, Prêmio Nobel da Paz em 1992. Também estarão presentes José Roberto Marinho, vice-presidente das Organizações Globo e a Representante do Unicef no Brasil, Reiko Niimi.
O encontro vai reunir a partir de quinta-feira (26), no Hotel Nacional, especialistas, técnicos de governos e representantes de organizações não-governamentais para discutir os desafios das desigualdades no Brasil com relação a crianças e adolescentes e as possíveis soluções para a garantia de direitos iguais e de programas específicos para meninas e meninos com situações de maior exclusão.
Entre os temas a serem debatidos estão a mortalidade na infância, o acesso à pré-escola e ao ensino fundamental, a exploração do trabalho infantil, os riscos do HIV/Aids e da morte por causas externas e suas relações com raça e etnia, a renda familiar, gênero, ter ou não deficiência, viver em áreas urbanas ou rurais ou a região geográfica do país onde vivem crianças e adolescentes.
Como resultado, os dados obtidos nos fóruns servirão de base para um documento que será entregue à Presidência da República, em outubro, para a formulação de políticas públicas e programas de eliminação das iniqüidades.