Rio, 23/6/2003 (Agência Brasil-ABr) - A produção cultural já está sendo considerada fator econômico substancial, afirmou hoje, no Rio, o ministro da Cultura, Gilberto Gil. Segundo ele, embora as estatísticas sejam defasadas, o conjunto da cultura brasileira já significa entre 8% a 10% da atividade economica do país. Ao falar na Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro, Gil disse que "o Brasil está vocacionado para ser uma das grandes nações protagonistas do cenário mundial neste século e, sem dúvida, são os elementos culturais, os traços da nossa identidade, que vão ser fundamentais para essa qualificação do país como liderança internacional".
Sobre a falta de coordenação entre os ministérios observada em governos passados, Gilberto Gil declarou que a interação ou sinergia entre as várias pastas é uma das preocupações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Admitiu, entretanto, as dificuldades existentes porque a tendência é de cada ministério "botar a bola debaixo do braço e levar para casa". Apesar dos entraves, afirmou que a disposição para o trabalho conjunto é grande e externou sua convicção de que a "interministerialidade" vai começar agora. Citou como exemplo as Casas da Cultura, que seu ministério pretende trabalhar em parceria com as pastas das Comunicações, Educação, Saúde e Meio Ambiente. Acenou também para a possibilidade de trabalho conjunto com a ministra Benedita da Silva, da Promoção e Assistência Social, no projeto Casas de Família. "Precisamos criar uma instancia de governo mais "off" para que os ministérios conversem mais", manifestou, lembrando que em seis meses de governo, o presidente Lula conseguiu realizar cinco reuniões ministeriais.