Corumbá (MS) , 23/6/2003 (Agência Brasil - ABr) - A Polícia Federal iniciou hoje a incineração de 101 toneladas de drogas apreendidas nos últimos 11 meses, em Mato Grosso do Sul, rota de passagem de traficantes da Bolívia e do Paraguai. A droga incinerada representa 50 milhões de cigarros de maconha, 9 milhões de doses de cacaína e o suficiente para abastecer uma cidade de mais de 50 milhões de habitantes. Todas as 101 toneladas estão sendo incineradas nos fornos da Urucum Mineração, da Companhia Vale do Rio Doce, em Corumbá. A queima da droga prossegue até sexta-feira.
Presente à destruição das drogas, junto com o diretor-geral da Polícia Federal, Paulo Lacerda, e o governador de Mato Grosso do Sul, José Orcírio Miranda dos Santos, o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, disse que "a Polícia Federal vai ser o eixo da luta contra o crime organizado", ressaltando que o governo está reestruturando o Departamento de Polícia Federal (DPF). Segundo o ministro, o governo federal conta, também, com as parcerias estaduais para combater o narcotráfico. "As parcerias estão sendo reestruturadas e avançadas. A Polícia Federal foi reestruturada. Ela foi aumentada em 70% de seu efetivo. Nós estamos construindo cinco penitenciárias federais. Criamos uma carreira de guarda penitenciário federal e assinamos hoje com o governador Zeca do PT um protocolo de intenções que diz respeito à adesão do estado ao Sistema Único de Segurança Pública (SUSP)", disse o ministro da Justiça, acrescentando que a segurança pública e o combate ao crime organizado são prioridades do governo e do povo brasileiro.
O ministro informou ainda que o governo federal e os governos estaduais estão adotando várias medidas para preservar as fronteiras do Brasil e combater o narcotráfico. "Vamos começar as operações no que diz respeito a fronteira do Brasil com a Bolívia, no caso do Mato Grosso do Sul. Já existem várias experiências bem sucedidas, como por exemplo a "Operação Cobra", na fronteira do Brasil com a Colômbia, e a Operação na fronteira do Brasil com o Peru. E nós pretendemos incrementar isso usando uma combinação do Exército, Polícia Federal, polícias estaduais, porque este é um problema difícil. As fronteiras brasileiras são imensas. No caso da fronteira seca, ela é um desafio para nós, mas vamos vencer o narcotráfico", afirmou.
Thomaz Bastos determinou um estudo detalhado sobre tudo que existe em termos de proibição de armas de fogo no Brasil, em se tratando de projetos, para depois levá-lo ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, possivelmente dentro de 15 dias. "Eu acredito que seja preciso um controle muito rigoroso da venda de armas e da licença para as pessoas comprarem armas", frisou o ministro, ressaltando que "ainda não tem opinião fechada a respeito do assunto".
Participaram da cerimônia de incineração das 101 toneldas de drogas, em Corumbá, comandantes militares da região, o superintendente da Polícia Federtal em Mato Grosso do Sul, delegado Vantuir Brasil Jacine; o cehfe da Divisão de Repressão a Entorpecentes do DPF, delegado Getúlio Bezerra, o prefeito de Corumbá, Eder Moreira, além de representantes do Poder Judiciário e do Ministério Público.
Após o início da incineração das drogas, o ministro Márcio Thomaz Bastos visitou as instalações da Polícia Federal, em Corumbá e, em seguida, retornou para Brasília. Pela manhã, o ministro da Justiça esteve em Campo Grande participando da cerimônia de abertura do Fórum sobre o Combate ao Crime Organizado.
