Cristovam prega revolução no enisno superior, com universidades sem fronteiras

23/06/2003 - 19h29

Brasília, 23/6/2003 (Agência Brasil - ABr) - O ministro da Educação, Cristovam Buarque, defendeu hoje, em Paris, a necessidade de ação urgente dos países ricos e emergentes para o desenvolvimento do ensino superior nos países pobres, principalmente das universidades africanas. O alerta foi feito na abertura da Conferência Mundial de Educação Superior +5, promovida pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).

O ministro disse também que é preciso que os governantes tomem consciência sobre a importância de uma "verdadeira revolução" nesse sistema de ensino. "Temos que lutar por sua defesa e por sua transformação. Entender suas dificuldades, suas limitações e formular um novo propósito, novas estruturas, novos métodos", afirmou.

Cristovam foi o principal orador do evento que reúne mais de 400 especialistas, ministros e autoridades de cerca de 120 países para debater a necessidade de mudanças na educação superior. Para fortalecer esse movimento mundial, ele propôs a criação de uma data destinada à reflexão sobre o ensino superior no século XXI.

Na palestra, ele apresentou o que considera as principais questões que devem ser pensadas para a realização dessa mudança. "As universidades de todo o mundo devem se tornar abertas para todos, sem muros ou campus definidos fisicamente, devem ser sustentáveis, unificadas e sem fronteiras entre si", explicou. A incorporação da informática nos métodos pedagógicos, a abordagem dinâmica do conhecimento pelas universidades e a integração mundial das instituições são algumas dessas questões.

Com a crescente globalização, Cristovam Buarque acredita que não existirão mais fronteiras entre as universidades. "A universidade do mundo tem hoje aproximadamente 64 milhões de alunos e sete milhões de professores, de acordo com o Anuário da Unesco". O desafio, segundo ele, é conseguir que as universidades consigam reunir todo o sistema de criação de conhecimento.

A Conferência prossegue até o dia 25, na sede geral da Unesco, na capital francesa. Além de debater novas propostas para o ensino superior, os participantes também analisarão os avanços ocorridos desde a primeira edição da conferência, em 1998. Naquela ocasião, foi assinado pelos países participantes a Declaração Mundial sobre o Ensino Superior no Século XXI.