Rio,22/6/2003(Agencia Brasil-ABR) - Para combater a estagnação e ausência de planejamento logístico, considerados os principais problemas enfrentados pela atividade pesqueira no Estado do Rio de Janeiro, a governadora Rosinha Garotinho encaminhará, logo após a Conferência Estadual de Aqüicultura e Pesca, a ser realizada nos dias 28 e 29, em Niterói, projeto de lei à Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), propondo um pacote de incentivos à construção naval pesqueira.
"Estamos falando de um setor capaz de gerar três mil empregos na construção de barcos pesqueiros", ressaltou o secretário estadual de Agricultura, Abastecimento, Pesca e Desenvolvimento do Interior, Christino Áureo. O governo pretende também adaptar estaleiros usados na construção de plataformas offshore para a produção de barcos de pesca "de alta qualificação".
Segundo o secretário, o Governo do Estado está buscando soluções para o setor, que foi líder nacional de produção e hoje ocupa um modesto quarto lugar. Carente de incentivos há mais de 20 anos, essa importante fatia da economia fluminense quer virar a mesa a partir da elaboração de um plano estratégico nacional, a ser colocado em prática ainda este ano.
Três pontos serão priorizados como forma de incrementar a produção: a construção de um terminal pesqueiro na Região Metropolitana, a instalação de entrepostos ao longo do litoral, e a construção de um porto com capacidade para receber embarcações de pesca oceânica. "Nosso pescado é comercializado hoje num sistema absolutamente rudimentar.
"Esses três projetos trarão modernidade ao setor", explicou o secretário, que vê a remodelação do Porto do Forno, em Arraial do Cabo, como uma das alternativas mais viáveis a serem utilizadas pelo governo a curto prazo.
A liberação de um pacote de recursos da União no valor de R$ 1,5 bilhão para a construção de embarcações pesqueiras mais modernas, capazes de industrializar o peixe ainda em alto mar, foi comemorada pelo secretário. No entanto, ele alerta para a necessidade desse investimento ser acompanhado por outras mudanças importantes. "Essas embarcações têm que chegar a um porto capaz de escoar esse produto, senão o investimento se perde. Pescado é logística", defendeu Christino.
O secretário revelou que o governo do estado estuda a possibilidade de utilizar os portos de Barreto e Niterói (ambos em Niterói) como entrepostos. O cais do Porto do Rio de Janeiro (próximo à Rodoviária), segundo Christino, seria o local ideal para o escoamento dessa produção. Uma rede formada por um grande terminal, um porto e vários entrepostos em Angra, Paraty, arredores da capital e regiões dos Lagos e Norte, fazem parte dos planos da secretaria, que contribuirá com o crescimento nacional do pescado brasileiro.
"Esse setor já empregou 10 mil pessoas aqui no estado e hoje só conta com três empresas funcionando. Temos que sair dessa estagnação, entrar na era moderna e dar condições a todos os pescadores de crescer", concluiu o secretário. (Alana Gandra)