Produtores de Santa Catarina reclamam da insuficiência de armazéns

21/06/2003 - 9h31

Florianópolis, 21/6/2003 (Agência Brasil - ABr) - Os produtores de Santa Catarina estão enfrentando um problema crônico, que se repete agora, com a colheita da safra agrícola 2002/2003: a insuficiência de armazéns. De acordo com a Organização das Cooperativas do Estado (Ocesc), a atual capacidade de armazenagem de cereais é de 3 milhões de toneladas, apenas metade da produção de 6 milhões de toneladas. O presidente da Ocesc, Luiz Temp, destacou que as cooperativas investiram cerca de R$ 19 milhões no ano passado, ampliando a capacidade instalada em 175 mil toneladas. Em 2003, a previsão de investimentos em armazéns é de R$ 12,5 milhões, para mais 115 mil toneladas.

Além da carência de armazéns, muitos estão em situação precária ou sucateados, especialmente quanto ao sistema de recebimento e conservação. Para a Ocesc, é necessário estimular a ampliação da rede de armazéns através de linhas específicas de crédito para construção, compra de equipamentos e reforma de unidades existentes, além de incentivar a armazenagem na propriedade. A Federação da Agricultura do Estado de Santa Catarina (Faesc) reivindicou a abertura de uma linha de crédito do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar ( Pronaf ), no Banco do Brasil, e através do sistema troca-troca do governo catarinense, para a construção de armazéns dotados de silos-secadores nas propriedades rurais organizadas em grupos.

A Ocesc constatou que a elevada oferta de grãos, associada a insuficiência de armazéns, é um problema que afeta toda a cadeia produtiva. "Nossa maior preocupação é com o reflexo desse problema na remuneração dos produtores e no agravamento das perdas decorrentes da deficiência no recebimento e no armazenamento da produção", destacou Luiz Temp.