Suspeitos de matar sub-tenente do Exército são liberados em São Paulo

20/06/2003 - 7h49

São paulo, 20/6/2003 (Agência Brasil - ABr) - Os dois suspeitos de atirar contra os seguranças que faziam a escolta de Sandro Luiz, do filho do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, foram liberados por volta das 2 horas da manhã de hoje. O resultado dos exames residuográficos, que mostram se há restos de pólvora nas mãos, das impressões digitais e de balística, foram negativos. A Delegacia Seccional de Santo André, prossegue com as investigações.

O cabo Nivaldo Ferreira dos Santos, ferido no tórax durante o tiroteio, havia identificado, em acareação informal, o suposto assassino do sub-tenente Alcir José Tomasi, também segurança da Presidência da República. Tomasi foi atingido na cabeça. Morreu ontem pela manhã. A identificação foi confirmada pelo delegado Plínio Sales, da 95º DP, do bairro de Heliópolis, na Zona Sul da capital. Mais tarde, no entanto, ao fazer uma declaração formal, o cabo Nivaldo dos Santos mostrou em dúvida quanto à identidade dos suspeitos.

Sandro Luiz não viu quando os bandidos trocaram tiros com os seguranças. Ele estava visitando a namorada. O automóvel levado pelos assaltantes foi localizado, logo depois, no bairro de Utinga, também em Santo André. O veículo permanece na Delegacia Seccional da cidade, para realização de perícia.

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB) determinou à Secretaria de Segurança Pública Estadual que dê prioridade às investigações. A Polícia Federal e o Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República também estão envolvidos no caso.

O ministro das Cidades, Olívio Dutra, está representando, hoje, o presidente Lula no enterro do sub-tenente Alcir Tomasi, em Santa Maria (RS). Lula está em Washington, onde terá um encontro com o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush.

A Secretaria de Imprensa do Palácio do Planalto divulgou nota com declarações do presidente Lula sobre a morte do sub-tenente. No texto, ele manifesta sua dor pela morte do militar. Diz, ainda, reconhecer as qualidades de "excelente e preparado profissional" do sub-tenente. Segundo a nota, o episódio de ontem "reforça a decisão deste governo em dar combate à violência, seja em suas raízes estruturais, seja em sua manifestação cotidiana que leva a intranqüilidade a todos os cidadãos brasileiros."

O sub-tenente Tomasi tinha 44 anos, 26 dos quais dedicados ao serviço ativo no Exército. Estava, nos últimos três anos, exercendo atividade de segurança de autoridades na Presidência da República. O militar havia participado da missão de paz das Nações Unidas na guerra de Kosovo, na Europa, onde serviu por seis meses.