Brasília, 20/6/2003 (Agência Brasil - ABr) - O ministro da Educação, Cristovam Buarque, espera que o reconhecimento da sociedade sobre a importância da educação atinja um ponto que não seja mais necessária a assinatura de convênios para a alfabetização de jovens e adultos. A afirmação foi feita, hoje, durante a assinatura de protocolo de intenções com a Federação Interestadual das Escolas Particulares (Fiep).
A assinatura do documento foi resultado da iniciativa da própria entidade que quer colaborar com a meta de erradicação do analfabetismo até 2006. "No início disseram que essa campanha não ia pegar. Agora não precisamos mais ir atrás das pessoas para que participem deste processo", afirmou Cristovam.
Para o presidente da Fiep, Cláudio Tricate, o problema do analfabetismo atinge todas as classes sociais e a entidade quer colaborar, disponibilizando as estruturas ociosas das escolas particulares. Segundo ele, um levantamento da Unesco identificou que 350 mil pais que pagam os estudos de seus filhos não sabem ler. "Precisamos descobrir como lidar com esse problema", disse Tricate.
A primeira iniciativa desse protocolo será nos canteiros de obras da construção civil. A Fiep pretende disponibilizar estrutura, material didático e professores para, em colaboração com empresários do setor, alfabetizar 2,5 milhões de operários. A parceria já está sendo analisada pela área jurídica do MEC.
Com a colaboração das instituições privadas, o secretário de Erradicação do Analfabetismo, João Luiz Homem de Carvalho, acredita que será mais fácil colocar em prática o convênio firmado entre o MEC e o sindicato da construção civil. Os empresários têm tido dificuldade em estruturar os cursos devido à falta de professores.