Porto Alegre, 20/6/2003 (Agência Brasil - ABr) - Os colonos que realizam a Marcha de Luta pela Terra e Justiça, no Rio Grande do Sul, decidiram permanecer hoje no acampamento montado ontem à noite às margens da BR-153, próximo à Cachoeira do Sul, região central do estado. Eles devem retomar amanhã a caminhada em direção a São Gabriel, onde deverão chegar até o final do mês.

O secretário estadual da Reforma Agrária, Vulmar Leite, chegou nesta sexta-feira à cidade para acompanhar as investigações sobre os panfletos distribuídos à população local, que sugerem o emprego de métodos medievais contra integrantes do MST. Ele esteve reunido com o prefeito Rossano Gonçalves, para discutir o clima de insegurança e tensão no município. O sub-comandante da Polícia Militar, coronel Carlos Vicente Bernardoni Gonçalves, também está em São Gabriel.

Em Porto Alegre, o MST divulgou "Nota à Sociedade" sobre os acontecimentos em São Gabriel, garantindo que a marcha de 800 famílias vai prosseguir rumo ao assentamento no município. O documento reafirma a confiança de que será feita justiça, e que o Supremo Tribunal Federal (STF) vai garantir a desapropriação da fazenda Southall, assim que comprovar a improdutividade do latifúndio de 13,2 mil hectares. O MST espera que as autoridades investiguem e punam os responsáveis pelo panfleto que incita práticas terroristas contra os colonos, como envenenamento e incêndio de acampamentos através da pulverização com combustíveis.

O movimento explica ainda, que os sem-terras marcham mostrando os rostos e dialogando com a sociedade. Ele também reafirma o compromisso de luta pela reforma agrária que vai garantir a paz no campo.