Brasil e Cuba devem aumentar intercâmbio nas áreas de educação, esporte e cultura

20/06/2003 - 13h13

Brasília, 20/6/2003 (Agência Brasil - ABr) - Brasil e Cuba devem aumentar o intercâmbio nas áreas de educação, esportes e cultura. Existem quarenta programas de cooperação entre os dois países e ainda, neste ano, os ministros dos esportes se encontrarão no Brasil e na ilha Cubana para fechar acordos. Pelo menos cerca de 500 estudantes brasileiros já estudam em Cuba, mais da metade deles com bolsas-de-estudo do governo cubano. Além disso, 40 universitários de Cuba estão fazendo pós-graduação no Brasil.

Os dados foram divulgados pelo embaixador cubano no Brasil, Jorge Lezcano Pérez, durante a realização da Convenção Nacional de Solidariedade a Cuba, realizada, no Brasil, nos últimos dez anos, "estamos ensaiando passos para avançar nas relações comerciais e são muitas as possibilidades na área científica e cultural", afirmou o diplomata.

O país cubano já importa peças brasileiras para ônibus, há uma consultoria da Petrobrás na ilha e existem vários convênios entre as universidades de medicina. Atualmente 15 estudantes do Brasil se especializam em educação física em universidades cubanas. Essa cooperação é um dos pontos de discussão da Convenção Nacional que pretende avaliar o intercâmbio entre organizações políticas e sociais do Brasil e de Cuba.

De acordo com a coordenadora do Núcleo de Estudos Cubanos da Universidade de Brasília, Maria Auxiliadora César, as associações de solidariedade a Cuba surgiram, no Brasil, depois de um período de interrupção das relações diplomáticas de 1964 a 1986, "as realidades desses dois países e de seus povos guardam semelhanças que tornam a troca de experiências importante para os vínculos de amizade entre Cuba e Brasil", ressaltou.

Representantes de organizações cubanas criticam duramente o embargo econômico do governo americano contra Cuba. As sanções econômicas, que já duram mais de 43 anos, são o pano de fundo das discussões lideradas pelo Comitê de Defesa da Revolução Cubana (CDR). Questionada sobre a divulgação de recentes violações dos direitos humanos em Cuba, Maria Auxiliadora, que ajudou a estruturar - no Brasil - as associações de solidariedade ao povo cubano, diz que a imprensa tem colaborado para mitificar a situação de Cuba, "a Constituição brasileira também permite a pena de morte em caso de guerra, e Cuba está em guerra. Estão associando as sentenças aplicadas no país simplesmente à dissidência política. As três pessoas que foram executadas não foram condenadas por ideologia política", explicou.

A XI Convenção Nacional de Solidariedade a Cuba está sendo realizada até este sábado (22) no auditório Joaquim Nabuco da Universidade de Brasília. No final do encontro, os participantes irão produzir uma resolução que será entregue aos governos o Brasil e de Cuba.