Brasília, 20/6/2003 (Agência Brasil - ABr) - O ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, afirmou hoje, durante a reunião bilateral de cúpula Brasil-Estados Unidos, que o adiamento da reforma da Política Agrícola Comum da União Européia (PAC), para a próxima semana, reforça o ceticismo em torno das negociações agrícolas na Organização Mundial do Comércio (OMC). "Lamento profundamente o adiamento da reforma da PAC, porque essas mudanças nos permitiriam avançar nas negociações agrícolas da OMC", disse.
O ministro esperava a aprovação de uma redução nos subsídios agrícolas europeus durante as discussões desta semana sobre a reforma da PAC, em Luxemburgo. Segundo ele, seria um passo significativo para um acordo entre Mercosul e UE, além de refletir nas negociações da OMC e da própria Área de Livre Comércio das Américas (Alca). A UE discute a redução de cerca de 5% no volume de recursos anuais destinados aos subsídios, além da mudança de foco dos pagamentos da produção para os produtores, propostas em 2002 pelo comissário europeu de Agricultura, o austríaco Franz Fischler.
Rodrigues vai participar, amanhã, da reunião Mini-Ministerial da Organização Mundial do Comércio, encontro preparatório para a conferência do organismo em Cancún (México), em setembro. A abertura do mercado agrícola mundial deve ser o principal foco das discussões no Egito. Ainda assim, Rodrigues espera que seja debatida a proposta de redução dos subsídios e apoios internos da União Européia feita pelo presidente do Comitê de Agricultura da OMC, Stuart Harbison. O Brasil considera tímidas as propostas. Os Estados Unidos têm posição semelhante.