Roberto Rodrigues retoma negociações internacionais sobre comércio agrícola

16/06/2003 - 19h57

Brasília, 16/6/2003 (Agência Brasil - ABr) - O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Roberto Rodrigues, retoma a partir desta semana as negociações internacionais para liberalização do comércio agrícola. Na quarta-feira, participa da Cúpula do Mercosul, em Assunção. Depois, acompanha o presidente Luiz Inácio Lula da Silva na viagem a Washington. Nos dias 21 e 22, estará na Mini-Ministerial da Organização Mundial do Comércio (OMC), no Egito.

A reunião dos presidentes do Mercosul será a primeira depois que eles decidiram tomar medidas para o fortalecimento do bloco formado pelo Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai, mais Chile e Bolívia. Eles vão discutir medidas para terminar a conformação de uma união aduaneira e estabelecer as bases para um mercado comum até 2006. No comércio agrícola, destaca Roberto Rodrigues, o debate passa pela Tarifa Externa Comum (TEC), que criou algumas barreiras ao pleno comércio de produtos agropecuários entre os países do bloco. Exemplo disso é a taxação imposta pela Argentina às importações de açúcar brasileiro.

Em Washington, onde o presidente Lula se reunirá com seu colega George W. Bush. Brasil e Estados Unidos vão discutir novamente a criação da Alca. Roberto Rodrigues tem reiterado que a Alca só tem interesse ao país se as questões relacionadas ao comércio agropecuário entrarem na pauta de discussão. O governo Lula quer maior acesso ao mercado norte-americano para os produtos agropecuários brasileiros, com a redução de barreiras tarifárias e fitozoossanitárias. Além disso, entende que os EUA devem conceder menos subsídios aos seus produtores, para tornar mais equilibrado o comércio no continente.

A flexibilização do mercado agrícola também estará em discussão na Mini-Ministerial, na cidade de Sharm El-Sheick (Egito), preparatória a reunião da OMC marcada para 26 e 27 deste mês, em Genebra (Suiça). A expectativa de Roberto Rodrigues é de que seja debatido, durante a reunião, o documento distribuído em março último pelo presidente do Comitê de Agricultura da OMC, Stuart Harbison. Nele, ele alinhava os pontos que serviriam de ponto de partida para as negociações na OMC. Numa análise preliminar, o Brasil considera tímidas as propostas contidas no texto para redução dos subsídios e aos apoios internos concedidas pelos países da União Européia. Os EUA têm posição semelhante à brasileira.