Qualidade do Programa Brasileiro de Aids será defendida junto ao Banco Mundial

16/06/2003 - 16h14

Brasília, 16/6/2003 (Agência Brasil - ABr) - Os resultados da pesquisa sobre a qualidade da terapia anti-retroviral em uso no Brasil, coordenada pelo cientista Amilcar Tanuri, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, e indexada no último número da revista científica norte-americana Aids, serão apresentados publicamente, pelo coordenador do Programa Brasileiro de Aids, Paulo Roberto Teixeira, na reunião que o Banco Mundial realiza amanhã e na quarta-feira, em Washington, para avaliar o resultado de alguns tratamentos financiados pela instituição em alguns poucos países da África e do Caribe.

Com a pesquisa, Teixeira quer provar a improcedência da preocupação manifestada por alguns cientistas estrangeiros, junto aos organismos internacionais, quanto a um suposto esenvolvimento de resistência do HIV nos tratamentos conduzidos em países em desenvolvimento, inclusive o
Brasil.

Segundo Paulo Teixeira, um dos argumentos usados pelos cientistas estrangeiros, contrários à distribuição de remédios para aids nos países mais pobres, é que a baixa escolaridade da população infectada pode levar a uma adesão irregular ao tratamento, provocando mutações genéricas no HIV e, por conseguinte, maior resistência ao tratamento.

Este tipo de preocupação que, na verdade, não encontra respaldo em pesquisa alguma, pode pôr em risco projetos de financiamento para países em desenvolvimento que incluíssem acesso ao tratamento anti-retroviral, como os projetos apoiados pelo Banco Mundial. Pelo contrário, as pesquisas mostram que a resistência brasileira ao tratamento apresenta a menor taxa do
mundo: 6,6%, contra 15% na América do Norte, 23% na Espanha, 14% na Inglaterra, 13% na Alemanha, 10% na França.

"Essa taxa prova o acerto do nosso consenso terapêutico, que é revisado uma vez por ano, confirma a excelente qualidade dos nossos genéricos para aids e mostra que a adesão ao tratamento é alta", afirma Paulo Teixeira. Com a defesa ao tratamento brasileiro de aids no workshop do Banco Mundial, o coordenador que contribuir para o apoio a outros países em
desenvolvimento.