Rio, 16/6/2003 (Agência Brasil - ABr) - Em depoimento à Comissão de Segurança Pública da Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), o ex-diretor de Bangu III Lafaiete Fragoso negou hoje que, nas visitas feitas ao complexo penitenciário, o secretário estadual de Esportes, Francisco de Carvalho, o Chiquinho da Mangueira, tenha levado presentes e convites para escolas de samba aos presidiários. Segundo agentes penitenciários que prestaram depoimento anteriormente, o deputado esteve umas 20 vezes, no período de um ano e meio, em visita ao presídio. O presidente da Comissão de Segurança Pública da Alerj, Flávio Bolsonaro (PP), disse que o depoimento de Lafaiete Fragoso foi pouco consistente e teve algumas contradições. Fragoso já havia negado também a presença de Chiquinho da Mangueira complexo penitenciário em depoimento dado no último dia 6, em inquérito policial.

A Comissão Parlamentar ouve amanhã (17) Pabla Alexandra de Visconte, membro do movimento cultural de São Cristóvão, que participou do café da manhã no dia em que Chiquinho da Mangueira teria pedido ao comandante do Quarto Batalhão da PM, coronel Erir Ribeiro, que diminuísse as incursões da polícia no morro. Também deverão depor o deputado Josias Quintal, o juiz de menores Ciro Darlan e os presidentes das associações dos moradores da Candelária e do Telégrafo naquela região. Os deputados querem ver se encerram as atividades investigativas antes do dia 27 deste mês, na ultima sessão antes do recesso do Legislativo, encaminhando um relatório à Comissão de Constituição e Justiça, que dará um parecer à Mesa Diretora. Esta, por sua vez, decidirá se cabe julgamento em plenário sobre o caso.