Brasil tem tecnologia para definir padrão de Tv digital

16/06/2003 - 15h22

São Paulo, 16/6/2003 (Agência Brasil - ABr) - O Brasil tem condições para desenvolver um padrão próprio de televisão digital. O desafio é permitir que a maioria da população tenha acesso a esta tecnologia, que por sua vez deve ser interativa com a internet. Este é um sonho possível de ser realizado, defende o professor Marcelo Zuffo, coordenador dos trabalhos desenvolvidos no Laboratório de Sistemas Integráveis (LSI) da Escola Politécnica (Poli) da Universidade de São Paulo (USP), que há seis anos desenvolve experiências para chegar a uma tecnologia nacional capaz de promover a inclusão digital no país.

Zuffo apresentou hoje uma síntese deste projeto durante a visita do ministro de Ciência e Tecnologia, Roberto Amaral, ao prédio da Poli, no campus da USP. Foram mostrados também outros projetos desenvolvidos na chamada "Caverna Digital" (um complexo para realidade virtual de alta resolução), como o de tele-medicina na área de oncologia pediátrica, que envolve onze estados.

Num breve relato destas experiências, Zuffo explicou que o padrão nacional de TV digital poderia custar até dez vezes menos do que as ofertas disponíveis hoje a nível internacional. Mas o projeto em desenvolvimento no Laboratório de Sistemas Integráveis (LSI) conta com apenas um terço dos recursos necessários (algo entre R$ 500 mil e R$ 1 milhão por ano), e isso dificulta o andamento das pesquisas.

Roberto Amaral disse que este é um primeiro contato com as pesquisas do LSI para posterior análise das demandas necessárias. No período de janeiro a abril deste ano, o Ministério de Ciência e Tecnologia já repassou ao estado de São Paulo R$ 8,9 milhões por meio de fundos setoriais. Só a USP e a Fundação de Apoio à Universidade de São Paulo receberam mais de R$ 2,7 milhões.

Ao final de sua visita, o ministro Amaral confirmou que o diretor do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), Guilherme Ary Plonski, fará parte do conselho do CNPq.