Brasília, 16/6/2003 (Agência Brasil - ABr) - O Brasil retorna à normalidade no comércio de carnes com a Rússia, a partir de hoje. No caso dos suínos, os estados mais beneficiados vão ser Santa Catarina e Rio Grande do Sul, que estavam com suas vendas suspensas desde dezembro de 2002 e maio de 2003, respectivamente, em função da ocorrência do mal de Aujeszki, na pecuária suína.
A doença ataca o sistema nervoso dos animais, que precisam ser sacrificados, causando enormes prejuízos financeiros, sem afetar a saúde humana. Os russos aceitaram a certificação do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal, do ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e o compromisso brasileiro de que não será exportada carne de nenhum animal abatido procedente de um município onde foi confirmado algum caso da doença nos últimos 12 meses.
No caso da carne bovina, os russos apresentavam duas exigências: uma certificação de que o rebanho brasileiro não tinha problemas com a scrape, uma doença de pele que ataca apenas ovelhas, não atingindo bois e vacas. O argumento brasileiro, com bases cientíticas, também foi aceito; a outra era de que o País fosse totalmente livre da Estomatite Vesicular. Ano passado, foram contatados casos isolados no Pará e no Paraná. Agora, a certificação fica sendo por estado e não nacional.
De acordo com Ruy Vargas, diretor do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal, todos as exigências legais foram cumpridas e os embarques de carnes podem começar a qualquer momento. "O aspecto comercial fica a critério das empresas, das pessoas que fazem o comércio das carnes e dos contatos com os importadores na Rússia, para fazer os negócios".
No ano passado, os russos importaram 475.863 mil toneladas de carne suína, que renderam ao Brasil US$ 481 milhões. Nas carnes bovinas, as vendas totalizaram US$ 46 milhões, em um total de 39 mil toneladas. Com a decisão do governo russo, espera-se, no caso da carne bovina, que as exportações sejam triplicadas a partir deste ano.