Vitória, 21 (Agência Brasil – ABr) – Uma ação conjunta das polícias civil e militar do Espírito Santo levou à prisão, ontem, de Odessi Martins da Silva Junior, pistoleiro conhecido como "Lombrigão", que assumiu ser autor do disparo que matou o juiz-corregedor Alexandre Martins de Castro Filho, no dia 25 de março. Ele, juntamente com Giliarde Ferreira de Souza – preso no mesmo dia, estava na motocicleta que abordou o juiz quando saía da academia de ginástica e disparou os tiros.
"Esta é a prova de que somente com o trabalho integrado das polícias vamos acabar com a corrupção e com o crime organizado", comemorou o subsecretário de Segurança Pública do Espírito Santo, Fernando Francischine, que responde interinamente pela Pasta. Em entrevista à Agência Brasil, Francischini confirmou que as investigações poderão levar ao ex-deputado Hidelbrando Pascoal. "Temos indícios, que não podem ser revelados agora, de que há relações entre o mandante do crime e Hidelbrando Pascoal", revelou, referindo-se ao coronel Walter Gomes Ferreira, transferido em dezembro para uma prisão federal do Acre por decisão do juiz Castro Filho. "Já conseguimos encerrar a parte da investigação que trata dos executores e dos intermediários. Agora vamos chegar a quem deu a ordem e a quem chefiou o crime", disse.
Os depoimentos de várias testemunhas, inclusive na Penitenciária Federal do Acre, conduzem à suspeita de que Ferreira teria encomendado o crime a Pascoal, que contrataria os serviços aos pistoleiros. "Vamos fazer a investigação para saber se há a ligação", afirmou o subsecretário.
Lombrigão foi preso em uma casa localizada na rua Robert Kennedy, no bairro Itararé, em Vitória, junto com outras oito pessoas. De acordo com Francischini, ele foi localizado em mais uma das operações de buscas que a Secretaria de Segurança Pública tem feito em localidades historicamente conhecidas como reduto de pistoleiros.
Também já estão na prisão André Luiz Barbosa Tavares acusado de emprestar a motocicleta aos dois criminosos; Leandro Celestino dos Santos, dono da pistola 765 usada no crime; e os sargentos Heber Valêncio e Ranilson Alves da Silva, que seriam intermediários entre os assassinos e o coronel Ferreira.
O juiz-corregedor Alexandre Martins de Castro Filho foi assassinado por reprimir o crime
organizado no Espírito Santo.