Bagdá, (Agência Brasil-ABr/CNN) -- O general reformado Jay Garner, que chefiará uma administração interina no Iraque, chegou a Bagdá na manhã desta segunda-feira, prometendo ajudar o povo iraquiano a reerguer seu país.
"O que há melhor do que a gente ser capaz de ajudar alguém, de ajudar um outro povo, e é isso o que nós pretendemos fazer", declarou o militar norte-americano pouco depois de desembarcar no aeroporto de Bagdá, procedente do Kuwait.
Garner permanecerá à frente da administração interina até que um novo governo seja estabelecido.
Mas os preparativos do Governo Bush para o Iraque do pós-guerra começaram a sofrer críticas no Congresso norte-americano, em meio a temores sobre o futuro que estão sendo manifestados pelos iraquianos.
Os Estados Unidos não se prepararam adequadamente para a reconstrução iraquiana, disse no domingo o senador republicano Richard Lugar, presidente da Comissão de Relações Exteriores.
Lugar também previu que a democracia no Iraque só seria possível dentro de pelo menos cinco anos.
"Eles (o Governo Bush) começaram muito tarde", acrescentou Lugar, em entrevista à rede NBC. "A estratégia militar e sua execução foram brilhantes, mas nós precisamos fazer algo similar na fase de reconstrução".
O senador Joseph Lieberman, do Partido Democrata, também elogiou a atuação militar dos Estados Unidos, mas exortou o governo a acelerar seus esforços de reconstrução.
"Nós precisamos trabalhar muito para ganhar a paz" no Iraque e transformar a estrutura política da nação num "governo representativo e democrático", declarou o senador à rede CBS.
Garner e sua equipe enfrentam uma tarefa árdua no Iraque, com os problemas indo desde a restauração de serviços básicos, como água e luz, até o restabelecimento da lei e da ordem em um país destruído pela guerra.
No domingo, os fuzileiros navais dos EUA completaram sua retirada de Bagdá, deixando a capital nas mãos do Exército norte-americano, que está trabalhando com a Polícia iraquiana na tentativa de impor a ordem numa cidade à beira do caos.
No mesmo dia, membros da minoria cristã – comunidade que forma um por cento da população iraquiana – celebraram a Páscoa, enquanto milhares de muçulmanos xiitas realizavam uma peregrinação às cidades santas de Najaf e Karbala.
Nos próximos dias, cerca de dois milhões de xiitas são esperados nas duas cidades, que, durante as duas décadas de regime de Saddam Hussein, eram fechadas a peregrinações.
Alguns iraquianos já manifestaram preocupações em relação a um novo governo que possa dar margem para uma excessiva autoridade religiosa.
Mas Ahmed Chalabi, o líder do Congresso Nacional Iraquiano que é visto como o favorito dos Estados Unidos para governar o país, afirmou, em entrevista à rede ABC, que haverá um papel para partidos religiosos, mas não uma agenda imposta por eles.