Brasília, 21/4/2003 (Agência Brasil - ABr) - Considerada uma orientação permanente no céu do Planalto Central, a constelação Cruzeiro do Sul é representada pela cruz disposta no centro da Bandeira do Distrito Federal. Os brasilienses podem até conhecer o símbolo, mas poucos conhecem o seu verdadeiro significado. A bandeira, cuja autoria é do poeta e especialista em heráldica (ciência da arte dos brasões e dos emblemas), Guilherme de Almeida, foi instituída pelo Decreto nº 1.090, de 25 de agosto de 1969.
Segundo o major Alair de Assis Júnior, assessor militar do governo do Distrito Federal, a fidelidade aos símbolos nacionais está retratada no verde e no amarelo (ouro), que contrastam com o campo branco, cor relacionada à paz. O major explicou que a cruz não tem conotação religiosa, mas que, na verdade, trata-se de uma referência ao Cruzeiro do Sul, numa concepção inovadora, "assim como a capital do Brasil, símbolo de modernidade e da arquitetura".
São palavras do próprio autor, Guilherme de Almeida: "Na Heráldica, que tantas cruzes já tem elegido (a Grega, a Latina, a de Santo André, a de Lorena, a de Malta, a de Aviz, a da Ordem de Cristo, a Gamada...) cria-se, assim, uma nova cruz: a Cruz de Brasília, formada por quatro setas de vôo oposto". De acordo com Assis Júnior, as setas que partem do centro para o norte, sul, leste e oeste simbolizam a ação centrífuga do poder, ou seja, demonstram a idéia de "todas as decisões tomadas pelas autoridades terão que ter eficácia em todo o DF, em todos os sentidos, sem distinção".
Outro aspecto interessante diz respeito às setas nas quatro pontas da cruz, que denotam legitimidade nacional, uma vez que o símbolo é oriundo da cultura indígena. "Do índio - legitimidade primitiva do Brasil - conserva-se um nobre elemento já consagrado pela Heráldica de todos os tempos: a flecha", registrou o autor.
Outro símbolo para os brasilienses é o hino do Distrito Federal, oficializado pelo Decreto nº 51.000, de 19/07/61. A composição oficial é de Neusa Pinho França Almeida e a letra é de autoria de Geir Campos. Em seu livro "História de Brasília", o pioneiro Ernesto Silva diz que o hino foi apresentado pela primeira vez na inauguração do ginásio da Caseb, no dia 16 de maio de 1960. A letra e a música foram aprovadas por uma comissão nomeada pelo Ministério da Educação e Cultura e recebeu parecer favorável do então ministro Brígido Tinoco. O hino oficial divide espaço com uma versão mais popular, o Hino Brasília Capital da Esperança, cuja letra é do Capitão Furtado e a música, de Simão Neto.