Porto Alegre, 28/1/2003 (Agência Brasil - ABr) - Os ativistas globais pela defesa e pelo direito à água estão organizando um grande protesto a ser realizado durante o Fórum Mundial da Água, em Kyoto, no Japão, entre 16 e 23 de março. Segundo os ativistas, o encontro reúne autoridades governamentais e empresários de grandes corporações interessadas na privatização da água do planeta. Os ativistas falaram hoje, durante o encerramento do Fórum Social Mundial, em Porto Alegre.

"Não podemos deixar isso acontecer. A água é um bem público e deve ser utilizado como tal", disse Leonardo Morelli, que está auxiliando ainda na organização de fóruns sociais das águas, que deverão ser realizados no mesmo período na América do Sul (Cotia, São Paulo), África (em local a ser definido), América do Norte (Nova Iorque, EUA) e Europa (Florença, Itália).

Morelli considera muito importante realizar essa luta contra a privatização e pela proteção dos mananciais. "A água é o petróleo do século XXI. É preciso que o povo se conscientize que a reserva é da humanidade e não podemos permitir que seja mercantilizada", destacou explicando que está localizado no Brasil um dos maiores aqüíferos do mundo, o Guarani. Ele passa pelos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, e depois pelo Paraguai, Uruguai e Argentina.

Entre os dias 30 de janeiro e 5 de fevereiro um grupo de ativistas, incluindo Morelli, está agendando reuniões com representantes do governo brasileiro para criar um plano de mobilização social em defesa da proteção ambiental e manejo sustentável das águas internacionais do Brasil que estão localizadas na Amazônia, Bacia do Prata, aqüífero Guarani e águas oceânicas.

Os movimentos sociais e as organizações não-governamentais pretendem ainda organizar um Fórum Social Mundial das Águas . A proposta é de que seja realizado na Índia, relacionado ao Fórum Social Mundial, em janeiro de 2004.