Rio, 27/1/2003 (Agência Brasil - ABr) - O índice do câncer de pele entre os brasileiros é grande, afirmou o presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia, Márcio Rutowitsch. Em todo o País são 2 395, do total de 27 758 atendidos, ou seja 8,6% dos consultados. De acordo com ele, "os nossos números não estão diferentes da estatística americana para 2002, em que há a previsão de que 1 em cada 50 cidadãos americanos terá um tipo de melanoma". O resultado será divulgado esse ano.
Segundo o dermatologista, a forma de se evitar a doença é tomando precauções como o uso de filtros solares e ainda uma exposição controlada ao sol. "É recomendável que todas as pessoas façam sempre uso do filtro solar de fator de proteção de no mínimo 15. E ainda o ideal seria que exposição ao sol fosse feita pela manhã, até 10h/10h30,. ou depois da três horas da tarde".
Márcio Rutowitsch recomenda ainda que após duas horas de exposição ao sol, o filtro seja reaplicado.
Segundo pesquisa realizada pela Sociedade Brasileira de Dermatologia no final do ano passado, 64,2% das mulheres e 76,8% se expõem ao sol sem o uso de protetores. O médico alerta que o sol tem poder cumulativo, ou seja, "os efeitos da exposição feita dias após dia só vão aparecer com os passar dos anos".
De acordo com o presidente da Sociedade de Dermatologia, o câncer de pele pode ser facilmente identificado através de uma pequena ferida que não cicatriza ou ainda de um sinal de cor escura ou negra que coça ou aumenta de tamanho.
Ele afirmou que 95% dos casos da doença têm cura. No entanto, o melanoma maligno, forma mais grave do câncer de pele provoca a morte, "se não for diagnosticado a tempo".
Para Rutowitsch, a grande vantagem da enfermidade é que ela pode ser diagnosticada cedo. "Com isso a pessoa fica curada", acrescentou.
Ele informou que o estado do Rio de Janeiro é o terceiro na Região Sudeste com casos da doença. Dos 3418 consultados durante o Programa Nacional de Controle do Câncer de Pele no ano passado, 8,8% apresentaram alguma forma da doença. Ficaram na frente os estados do Espírito Santo, com 11,9%, e São Paulo, com 9,7% dos consultados. A Região Norte foi a que mais se destacou em termos da doença, onde de 502 atendidos, 10,4% estavam com câncer de pele.
A recomendação do médico é que "use e abuse do sol com moderação". Quanto ao bronzeamento artificial, afirmou que a Sociedade de Dermatologia é totalmente contra. Ele informou que as Câmaras de Bronzeamento emitem radiação ultra-violeta A e B e o efeito delas é muito mais intenso e agressivo, porque transmite energia e calor. "Além do risco de contrair câncer de pele, as pessoas também podem adquirir uma espécie de catarata", alertou.
