Berlim, 27/1/2003 (Agência Brasil - ABr) - Alemanha tem muito interesse em ajudar o Brasil e seus parceiros do Mercosul a equacionar o problema das barreiras alfandegárias e da política de subsídios agrícolas aplicados pelos países da União Européia (EU) ao bloco econômico sul-americano. A informação foi prestada na tarde de hoje nesta capital pelo ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, que participou da reunião de trabalho, no Palácio Bellavue, entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Johannes Rau.
Segundo o ministro, Rau disse a Lula que seu país por ser um "parceiro estratégico" do Brasil, irá pomover negociações com as demais nações da UE, sobretudo com a França, dentro dessa perspectiva. Por sua vez, Lula destacou no encontro o interesse do Brasil em manter a "cumplicidade positiva" com os alemães, o segundo principal parceiro do país após os Estados Unidos.
Durante a conversa, os dois presidentes também falaram sobre a possibilidade de haver uma guerra entre os Estados Unidos e o Iraque. De acordo com Celso Amorim, os dois governantes comungam da mesma posição, de que a ação militar norte-americana só poderá acontecer se tiver o aval da Organização das Nações Unidas (ONU). "Houve uma boa comunhão de idéias a este respeito", afirmou o ministro sobre a importância de se preservar a paz mundial.
Os dois presidentes também trataram de questões relativas à ampliação da cooperação entre os dois países e sobre a necessidade de fortalecer o Mercosul. Conforme o ministro, Johannes Rau salientou a posição de lideranças que a Alemanha têm no continente europeu e o Brasil na América Latina.
Também na conversa, o presidente alemão focalizou, segundo Amorim, a possibilidade de haver uma colaboração por parte de seu governo nos esforços do governo brasileiro em combater à fome e a miséria no país.
Na entrevista concedida na embaixada do Brasil, o ministro falou ainda da formação da Área de Livre Comércio das Américas (Alca) e sobre as perspectivas de o país fortalecer seu mercado exportador para os países do Oriente Médio. Quanto à Alca, Amorim salientou que a posição do Brasil é a de manter as negociações que levem à criação do bloco hemisférico a partir de 2005, desde que elas atendam aos interesses de todos os envolvidos. Sobre a abertura do mercado do Oriente Médio aos produtos brasileiros, o ministro adiantou que as negociações já estão em curso e que proximamente serão aprofundadas por meio de missões empresariais e governamental que irão aos países alvo para levantar as pesrpectivas de comércio.