Brasília, 27/1/2003 (Agência Brasil - ABr) - O Banco Central divulgou hoje nota à imprensa negando que a decisão da semana passada do Copom (Comitê de Política Monetária) de elevar a taxa de juros de 25% para 25,5% anuais tenha sofrido influência política. A nota foi assinada pela diretoria do BC.
De acordo com a nota, a decisão do comitê obedeceu a critérios técnicos e não procedem as "especulações em contrário". No primeiro dia de reunião do comitê, ainda de acordo com a nota à imprensa, foram analisados os indicadores econômicos e informações disponíveis sobre a economia brasileira e da situação econômica externa. No segundo dia, afirma a nota, o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, e os diretores do comitê "fizeram uso pleno de suas prerrogativas para opinar e votar, convergindo para a posição unânime de elevar a taxa de juros em 0,5%".
A Assessoria de Imprensa do BC não esclareceu se o presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegou a conversar com o Henrique Meirelles, presidente do BC, antes de a nova taxa básica de juros ser anunciada. A nota à imprensa foi divulgada porque no último sábado, o jornal Folha de São Paulo, publicou artigo informando que Meirelles teria utilizado o "argumento do possível descontrole da inflação" para que Lula concordasse com a alta dos juros. De acordo com as informações, o presidente teria resistido ao aumento num primeiro momento.
A íntegra da nota:
"A decisão do Copom de aumentar para 25,5% a taxa Selic foi tomada de forma técnica. O processo decisório seguiu os procedimentos já conhecidos. Na reunião do primeiro dia foram analisados os indicadores econômicos e informações disponíveis sobre a economia brasileira e da situação econômica externa. No segundo dia de reunião, o presidente do Banco Central e demais sete diretores que compõem o Copom, fizeram uso pleno de suas prerrogativas para opinar e votar, convergindo para a posição unânime de elevar a taxa de juros em 0,5%. O Copom decidiu de acordo com critérios técnicos, não procedendo, portanto, as especulações em contrário."
