Papa: clonagem reduz humanos a meros objetos

13/01/2003 - 11h21

Brasília, 13/1/2003 (Agência Brasil - ABr/CNN) - O papa João Paulo II fez hoje uma nova defesa do que chamou de a dignidade da vida humana, denunciando o aborto e a eutanásia e afirmando que a clonagem reduz os humanos a meros objetos. Em seu discurso anual para diplomatas acreditados no Vaticano, o pontífice da Igreja Católica disse que o direito à vida é o mais fundamental dos direitos humanos. "Aborto, eutanásia e clonagem humana, por exemplo, ameaçam reduzir a pessoa a um mero objeto", afirmou. As informações são da CNN.

"Quando todos os critérios morais são removidos, as pesquisas científicas envolvendo a busca pela vida se tornam uma negação do ser e da dignidade da pessoa", advertiu João Paulo II.

O papa vem manifestando há muito tempo oposição ao aborto e à eutanásia. Numa encíclica de 1995, João Paulo II declarou que estes eram crimes que nenhuma lei podia legitimar. Mais recentemente, o Vaticano passou a condenar também a clonagem e pesquisas usando células-tronco originárias de embriões humanos.

O porta-voz do Vaticano, Joaquin Navarro-Valls, disse que o recente anúncio do nascimento de um bebê supostamente gerado através de clonagem era "uma expressão da mentalidade brutal, desprovida de qualquer consideração ética e humana".

O Vaticano deve publicar nesta semana um documento tratando de clonagem, aborto e outras questões que contrariam os ensinamentos morais da Igreja Católica. O documento, elaborado pela Congregação para a Doutrina da Fé, visa a servir de pauta para políticos católicos.