Brasília, 13/1/2003 (Agência Brasil - ABr) - O senador mineiro Lauro Campos (PDT-DF) morreu hoje, aos 74 anos, no Instituto do Coração de São Paulo (Incor), onde estava hospitalizado desde 17 de dezembro do ano passado. A assessoria parlamentar do senador informou que o corpo de Lauro Campos será trasladado para Brasília ainda hoje, e será velado a partir das 5 horas de amanhã, no Salão Negro do Congresso Nacional. O hospital deve divulgar ainda hoje laudo da causa da morte do parlamentar.
Lauro Campos não passava bem desde outubro do ano passado, quando sofreu um infarto. De lá para cá, teve pneumonia e problemas renais. No período em que foi senador (1995-2003), Campos apresentou 49 projetos de lei; seis projetos de resolução; 16 requerimentos; e quatro propostas de emenda à Constituição. Dentre as suas principais ações, está o projeto de criação e estruturação do curso de Relações Internacionais, da Universidade de Brasília. Na última eleição, ele foi derrotado e perdeu a cadeira no Senado (a legislatura atual está em vigor até 31 de janeiro de 2003).
Lauro Álvares da Silva Campos nasceu em 14 de dezembro de 1928, na cidade de Belo Horizonte. Era casado e pai de quatro filhos. Formou-se, em 1953, em Ciência Jurídicas e Sociais pela Universidade Federal de Minas Gerais. Em 1959, obteve o título de doutor em Economia do Desenvolvimento pela Universidade Pro Deo, em Roma (Itália).
O parlamentar foi professor da Universidade Federal de Minas Gerais, da Universidade Federal de Goiás, da Universidade Federal de Pernambuco, da Universidade de Brasília e da Universidade de Sussex, na Inglaterra. Na época da ditadura, Lauro Campos abraçou as causas universitárias. Em 1975, foi perseguido por suas convicções, o que lhe fez se exilar na Inglaterra.
Além de sua vida política e acadêmica, Lauro Campos também era escritor, tendo publicado três livros: A Crise Completa - a Economia Política do Não, em 2001; O PT Frente à Crise do Capitalismo, em 1991; e A Crise da Ideologia Keynesiana, em 1980.