Brasília, 08/12/2002 (Agência Brasil – ABr) - O Iraque desafiou, neste domingo, os Estados Unidos e a Grã-Bretanha a refutar declaração entregue ontem (7) com informações sobre a produção de armas no país. A apresentação do documento foi uma surpresa no cenário internacional porque foi feita um dia antes do prazo final estabelecido pela resolução 1.441 do Conselho de Segurança das Nações Unidas.
Ao afirmar que as quase 12 mil páginas do relatório são acuradas, como os dois países "haviam pedido", Amir al-Saadi, principal assessor científico do governo iraquiano, desafiou os norte-americanos e britânicos a apresentarem quaisquer provas que refutem o relatório apresentado ontem. "Se eles têm alguma coisa que mostra o contrário, que a apresentem; apresentem-na à Aiea, apresentem-na à Unmovic", disse referindo-se às agências das Nações Unidas que realizam inspeções de armas.
Al-Saadi concedeu entrevista coletiva em Bagdá na qual disse que a declaração não tem provas adicionais de que o Iraque desmantelou seus programas de armas, mas garantiu que o documento é completo e atual. Autoridades dos serviços de inteligência norte-americanos, no entanto, revelaram-se céticos quanto à declaração iraquiana, pois afirmam que possuem "provas claras" de que o Iraque dispõe de um extenso programa de armas. Especialistas norte-americanos dizem estar ansiosos para comparar a declaração do Iraque com os dados sobre os arsenais iraquianos levantados por seu serviço de inteligência. Se os especialistas da ONU e da Aiea concluírem que a declaração contém informações falsas ou não cita dados pertinentes, isso pode constituir uma "violação material" da resolução 1.441.
Hoje de manhã, inspetores da ONU visitaram uma fábrica de pesticida localizada perto da cidade de Fallujah, a 120 quilômetros a noroeste de Bagdad, em busca de provas sobre a existência de armas de destruição em massa. Pouco após chegarem à fabrica de pesticidas, os inspetores solicitaram um guindaste e foram vistos usando roupas de proteção. Outra equipe de inspetores dirigiu-se para um local não revelado. As informações são da CNN.