Brasília, 08/12/2002 (Agência Brasil – ABr) – O fracasso na tentativa do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, de substituir a tripulação em greve num navio-petroleiro revelou o agravamento da crise enfrentada pelo chefe de Estado venezuelano nas últimas semanas. Um juiz, escoltado por soldados, embarcou no navio Pilin Leon para entregar uma ordem à tripulação determinando a rendição do controle da embarcação, mas a ordem foi rejeitada. A tripulação argumentou que entregar o controle do navio a profissionais não qualificados violaria a legislação marítima do país.
Chávez está determinado a encerrar a greve que, segundo ele, é uma nova tentativa de golpe de Estado, a exemplo do que aconteceu em abril deste ano. O governo está agora em busca de profissionais capacitados para assumir o comando do Pilin Leon e de outros cargueiros. A dificuldade em encontrar profissionais com capacidade comprovada para assumir os postos mostra como será complicado para o presidente venezuelano colocar refinarias e portos novamente em atividade se os petroleiros se recusarem a cooperar.
O petroleiro Pilin Leon, ancorado no porto de Maracaibo desde a quarta-feira (04), tornou-se o centro das atenções da greve que visa a forçar a renúncia de Chávez. Após o navio chegar a Maracaibo, seus tripulantes e os funcionários da refinaria local pararam de trabalhar, fechando as torneiras do quinto maior exportador de petróleo do mundo. A Venezuela fornece 15 por cento do petróleo consumido pelos Estados Unidos. Empresas de outros setores também estão participando da greve. As informações são da CNN.