Brasília, 08/12/2002 (Agência Brasil – ABr) - O ministro das Relações Exteriores da Argentina, Carlos Ruckauf acusou as autoridades do Fundo Monetário Internacional (FMI) de "estarem cegas" em relação à situação de seu país. Em entrevista hoje ao jornal La Nación, Ruckauf disse que a demora do FMI em fechar um acordo com a Argentina é resultado da incapacidade dos funcionários do Fundo para medir as conseqüências políticas e sociais de suas decisões. Há 11 meses, o país tenta, em vão, assinar um acordo com o FMI para adiar os vencimentos da dívida com os organismos multilaterais de crédito, no valor de 14 bilhões de dólares, até o final de 2003.
"É incompreensível que as políticas do Fundo sejam contraproducentes, produzam fatos políticos contrários aos seus objetivos. O que está acontecendo no Equador é uma prova de que o problema não é a Argentina", disse Ruckauf.
O chanceler afirmou ainda que a vice-diretora do Fundo, Anne Krueger, acredita que o melhor caminho é quebrar a Argentina. O economista-chefe para Mercados Emergentes do Goldman Sachs, Alberto Ades, recorreu a outro ditado para responsabilizar o governo argentino pelo fracasso das negociações com o FMI. "Quem não sabe dançar diz que o chão está torto", declarou. Para Ades, a demora em fechar um acordo com o FMI é resultado do que chamou de a incompetência do governo do presidente Eduardo Duhalde para "restabelecer a confiança do povo, criar condições para o crescimento econômico e recuperar a insolvência do Estado". As informações são da CNN.