Rio, 5/12/2002 (Agência Brasil - ABr) - A população nas cidades do interior cresceu mais do que nas capitais brasileiras, entre os censos de 1991 e 2000, com taxas de 1,66% e 1,60%, respectivamente. Os dados estão na publicação "Tendências Demográficas: uma análise dos resultados do universo do Censo Demográfico 2000", lançada hoje, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). São tabelas, gráficos e análises, dando um panorama da evolução demográfica no Brasil e em cada unidade da Federação.
O estudo mostra que o crescimento no interior ocorreu, principalmente, na região Sudeste (1,89%), onde as capitais tiveram taxa de crescimento de 0,88%. Embora as capitais da região concentrem quase a metade da população total das capitais brasileiras, essa participação vem declinando. Capitais como Rio de Janeiro e São Paulo, conhecidas como áreas de atração migratória, vêm reduzindo sua participação dentro dos estados, o que indica um processo de saturação dos grandes centros urbanos. No entanto, o crescimento da população do interior não significa crescimento da população rural, que teve taxa negativa (-1,31%) entre 1991 e 2000.
Os dados indicam, ainda, que a população brasileira cresceu quase 10 vezes ao longo do século XX (somava 17,4 milhões em 1900), mais intensamente na segunda metade do século (2,39% ao ano), enquanto de 1900 a 1950 o ritmo de crescimento foi de 2,23% ao ano.
Em 2000, as regiões metropolitanas brasileiras e a Região Integrada de Desenvolvimento do Distrito Federal reuniam mais de 68 milhões de habitantes, ou seja, 40,06% da população total do país. Quanto ao total dos municípios brasileiros, a maioria (66,99%) apresentou perda populacional ou taxas de crescimento negativas. Nos municípios com mais de 20 mil habitantes, as taxas de crescimento são positivas, com destaque para aqueles que têm entre 100 e 500 mil habitantes (3,03%).
O estudo também observa que a razão de dependência – relação de crianças (0 a 14 anos) e idosos para cada 100 pessoas potencialmente ativas (15 a 64 anos) – caiu bastante no Brasil desde 1950, passando de 79,49 para 54,93, em 2000. Os municípios com mais de 100 mil habitantes apresentam razões de dependência inferior à média nacional. Quanto ao envelhecimento da população, os maiores índices mostrados na publicação se encontram nos municípios com até 5 mil habitantes e naqueles com mais de 500 mil.