''Pintando a Liberdade'' beneficia 12,7 presos

01/12/2002 - 14h03

Brasília, 1/12/2002 (Agência Brasil - ABr) - O Programa Pintando a Liberdade - integrante do Plano Avança Brasil coordenado pelo Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão e coordenado pelo Ministério do Esporte e Turismo - termina o ano com status de "máquina de resultados". São 12.700 presos ressocializados e tendo ocupação em todo o país, fabricando bolas, bandeiras e outros materiais esportivos. Eles trabalham nas 53 unidades de produção do programa distribuídas em 26 estados da Federação. Nos próximos dias De amanhã (2) até 15 próximo mais duas fábricas serão inauguradas: uma no Rio Grande do Sul e outra na Bahia.

O Rio Grande do Sul passa a ter unidade do Pintando a Liberdade na Penitenciária Modulada de Charqueadas, a 70 quilômetros de Porto Alegre. Cerca de 150 internos, já capacitados por instrutores do Programa (todos ex-detentos), irão confeccionar bolas de futebol, futsal e vôlei, graças a convênio estabelecido ano passado com a Secretaria de Justiça do Estado.

O trabalho na Bahia, voltado para a fabricação de camisetas, shorts e agasalhos esportivos, será desenvolvido na Fazenda do Menor, em Feira de Santana, distante 200 quilômetros de Salvador. A unidade baiana, informalmente denominada "Pintando/Juvenil" dará ocupação para adolescentes em conflito com a lei, temporariamente cumprindo pena. Esta será a última inauguração do ano.

Nos dias 23 e 24 de novembro, o Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília, e a Penitenciária Cearense de Juazeiro do Norte também ganharam unidades próprias do Pintando a Liberdade. Os presos da Papuda, que antes trabalhavam de forma improvisada na alfaiataria da penitenciária, agora têm a estrutura necessária para o trabalho - computadores, equipamentos de refrigeração interna e máquinas modernas. Em Juazeiro, aproximadamente 200 internos entram para o programa. Serão responsáveis por uma produção de 30 mil bolas a cada seis meses.

Todo o material produzido pelos presos beneficia crianças e jovens carentes de mais de 10 mil escolas públicas - estaduais e municipais - em todo o país, atendidas pelo Programa Esporte na Escola, também do Governo Federal. O Pintando a Liberdade gera anualmente em torno de 700 mil itens entre uniformes e equipamentos esportivos.

Segundo o coordenador nacional do Programa, Gerêncio de Bem, o Pintando a Liberdade, que teve início em 1997, beneficiando apenas 25 detentos, hoje é reconhecido como "uma máquina de resultados", atuando em duas frentes: na reeducação do preso e na inclusão de crianças e jovens no desporto de base, bastante oneroso para as camadas mais pobres da população.

"Enquanto o preso trabalha e ganha condições de reduzir a sua pena na perspectiva do reingresso social, crianças carentes em diversas localidades do país, passam a ter um pouco mais de alegria, seja por praticar algum esporte, seja pelo simples fato de possuir aquela bola, aquela camiseta, ou sacola esportiva, que nunca poderiam comprar", orgulha-se Gerêncio, otimista quanto à continuidade do Programa no próximo governo em razão de seu impacto social.