Países da AL querem ação conjunta contra narcotráfico, terrorismo e a lavagem de dineiro

01/12/2002 - 19h56

Brasília, 1/12/2002 (Agência Brasil - ABr) - A Agência Brasileira de Inteligência (Abin) promoveu, esta semana em Brasília o 5º Encontro sobre o Plano Colômbia. O evento contou com a participação de representantes de 12 países, que discutiram os reflexos da implementação do componente militar do Plano sobre os países vizinhos. A temática desse encontro acabou ampliada, com a inclusão dos temas terrorismo e lavagem de dinheiro na pauta das discussões. Ao final do encontro firmou-se a posição de que, somente com a colaboração mútua e compartilhamento de informações entre os países do continente, será possível combater esses ilícitos transnacionais.

O evento foi aberto pelo ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, general Alberto Cardoso, que reafirmou a posição brasileira de apoio integral ao governo colombiano, no seu esforço para erradicar a luta armada e o narcotráfico. "Como países irmãos temos a obrigação de apoiar a Colômbia nessa luta, lembrando sempre que há questões internas, nas quais não podemos interferir, e externas, com reflexos em todo o continente", disse o ministro.

Na discussão sobre terrorismo, o general Cardoso foi enfático, ao reafirmar para os participantes de que não há indícios de atividades terroristas de muçulmanos em solo brasileiro. "Temos mantido atenção redobrada, principalmente na região da tríplice fronteira, mas até hoje não detectamos nenhuma atividade de células terroristas ou mesmo indícios de que esteja havendo envio de dinheiro daquela área para entidades patrocinadoras de atos terroristas", ressaltou o ministro-chefe do GSI.

A posição da Inteligência brasileira frente à questão foi detalhada em palestra da Abin, que destacou as atividades implementadas em relação à questão colombiana e da tríplice fronteira.
A posição brasileira sobre as ações de lavagem de dinheiro oriundo de atividades criminosas foi apresentada em palestra da presidente do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf/MF), Adrienne Giannette Nelson de Senna, que destacou a evolução da legislação brasileira sobre a questão. Em seguida representante da Abin expôs as ações de Inteligência que vêm sendo implementadas para combater o delito.

Após as apresentações dos representantes brasileiros, Colômbia, Equador, Panamá, Peru e Venezuela detalharam as atividades dos órgãos de Inteligência de seus países no combate ao terrorismo, narcotráfico e lavagem de dinheiro, crimes intimamente relacionados. Todos foram unânimes ao afirmar que os respectivos governos estão avançando no combate a esses delitos, mas ressaltaram a necessidade do compartilhamento de informações entre os órgãos de Inteligência de Estado.

"A questão do Plano Colômbia ainda nos preocupa, mas já não é o único foco das nossas discussões. Estamos caminhando para uma maior integração entre os organismos de Inteligência regionais, que será essencial no combate aos crimes transnacionais", afirmou o general Cardoso, no encerramento do encontro, ressaltando que os primeiros passos para a integração já estão sendo dados, com a implantação de uma rede de comunicação segura entre os países do Cone Sul.

Participaram também do encontro a diiretora-geral da Abin e representantes dos órgãos que fazem parte do Conselho Consultivo do Sistema Brasileiro de Inteligência. Argentina, Chile, Espanha, Estados Unidos, Paraguai, Portugal e Suriname tomaram parte como países observadores.
IDM