Pesquisadores do Inpe criam nova broca quase indolor para tratamento de dentes

30/11/2002 - 8h11

Brasília, 1/12/2002 (Agência Brasil - ABr) - Uma inovação tecnológica desenvolvida por pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) promete dar um fim ao trauma que provoca tanto pavor em crianças e adultos só de escutar aquele velho e conhecido barulhinho do motor de rotação das brocas de dentista. A novidade, uma broca de diamante que vibra a partir de ondas de ultra-som, promete diminuir consideravelmente a dor durante o tratamento odontológico.

Por reunir uma série de propriedades encontradas de forma isolada em outros elementos da natureza, o diamante é considerado um dos materiais mais indicados para compor peças e componentes de sistemas espaciais. Além das pesquisas desenvolvidas para o setor espacial, os pesquisadores do Inpe desenvolveram há alguns anos pontas revestidas com diamante-CVD - através da tecnologia conhecida como Deposição Química na Fase Vapor (do Inglês - Chemical Vapor Deposition) - para uso odontológico que funcionam por rotação.

Esta nova tecnologia está sendo lançada hoje, no Hotel Sheraton Rio & Towers, no Rio de Janeiro, juntamente com a certificação dos primeiros profissionais da área odontológica que irão utilizar as brocas com sistema de ultra-som. Esta verdadeira revolução tecnológica está com pedido de patente internacional e deverá melhorar o tratamento odontológico, segundo a opinião de especialistas de universidades que já testaram a nova broca.

"A mesma técnica de revestimento da ponta da broca com diamante é aqui empregada em brocas por vibração a partir de ondas de ultra-som. A diferença é o modo como a ponta da broca irá atuar em relação ao dente durante o tratamento", afirmou Vladimir Jesus Trava Airoldi, um dos pesquisadores responsáveis pela inovação.

Diferente da broca convencional com a ponta operando por rotação, o novo equipamento funciona por vibração, com movimentos semelhantes ao de uma "britadeira", mas de forma extremamente suave. Ondas de ultra-som fazem vibrar a ponta da broca, ao invés de rotacioná-la. "O procedimento além de ser menos traumático é mais preciso, preserva mais a parte sadia do dente, produz somente um pequeno ruído, não provoca sangramento, dispensa anestesia na maioria dos casos de tratamentos dentários, entre outras vantagens", disse Airoldi.
IDM