Cientistas brasileiros e estrangeiros definem projeto para monitorar raios X

30/11/2002 - 8h48

Brasília, 30/11/2002 (Agência Brasil - ABr) - Em encontro realizado neste mês de novembro no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), pesquisadores e engenheiros de instituições brasileiras, americanas e européias discutiram os detalhes técnicos e científicos relacionados ao desenvolvimento do satélite Mirax, sigla para "Monitor e Imageador de Raios X".

Participam do projeto, além do Inpe, a Universidade da Califórnia em San Diego (UCSD) e o Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), dos Estados Unidos, a Universidade de Tuebingen, da Alemanha, e a SRON (Organização para a Pesquisa Espacial da Holanda). Também estiveram presentes pesquisadores da comunidade astronômica brasileira, com interesse no uso dos dados.

Este foi o primeiro workshop do projeto do satélite, que tem previsão de lançamento para 2007.

Segundo João Braga, coordenador do projeto e pesquisador da Divisão de Astrofísica do Inpe, esta primeira reunião serviu para discutir as perspectivas científicas do novo instrumento, e também para fazer os ajustes técnicos e operacionais necessários à continuidade do projeto.

O Mirax terá como objetivo científico principal monitorar continuamente a emissão de raios X de fontes cósmicas galáticas e extragaláticas, em uma ampla região do céu em torno do centro da Via Láctea. Com este satélite os pesquisadores pretendem realizar estudos completos de objetos importantes no ramo de altas energias da astrofísica, tais como estrelas de nêutrons, buracos negros e quasares.

O grupo de astrofísica de altas energias da Divisão de Astrofísica do Inpe será responsável pelo desenvolvimento das duas câmaras de raios X duros do Mirax, em parceria com o Centro de Astrofísica e Ciências Espaciais da Universidade da Califórnia, em San Diego.

À engenharia do Inpe caberá o desenvolvimento, controle e rastreio do satélite, a recepção dos dados. Às outras instituições caberá o desenvolvimento de parte da instrumentação científica e parte do software de processamento, armazenamento e disponibilidade dos dados à comunidade científica logo após a sua aquisição.

O Mirax está inserido no programa de microssatélites científicos do Inpe e tem sua concepção baseada em um desenvolvimento mais freqüente de plataformas de pequeno porte e baixo custo, para serem usadas em experimentos científicos e tecnológicos de diversas áreas.

Esses satélites servirão também para testar novos equipamentos e tecnologias e prevê-se um aumento crescente na participação da indústria nacional. Atualmente está em fase de construção o Microssatélite Franco-Brasileiro, com previsão de lançamento para 2004.
IDM