Brasília, 29/11/2002 (Agência Brasil - ABr) - Os governos do Brasil e Paraguai firmaram acordo hoje, nesta capital, para controlar, prevenir e erradicar a febre aftosa na região da fronteira. O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Marcus Vinícius Pratini de Moraes assinou o documento com o ministro da Agricultura do Paraguai, Dario Baungarten, por meio do qual o Brasil volta a importar carne desossada e maturada (carne tratada) das regiões que não possuem focos da doença. Desde 23 de setembro, o governo do Brasil suspendera a importação de carnes do Paraguai, em virtude da descoberta de focos da doença.

Porém, a principal forma de disseminação da febre aftosa é por meio da movimentação de animais. Por isso, o Exército Brasileiro continuará a fiscalizar a região, para evitar o trânsito de animais, advertiu Pratini.

"Essa restauração do comércio de carnes é importante para a economia paraguaia e para os produtores brasileiros na região", disse Pratini. Desde que o Brasil suspendeu a importação de carnes da região, os dois países vinham conversando sobre medidas a serem adotadas. Entre os passos acordados, está o de manter naquele país um programa de erradicação e controle da febre aftosa nos moldes do programa brasileiro. Ou seja, além da vigilância sanitária haverá a vacinação.

Por isso, o governo brasileiro está doando 6 milhões de vacinas ao Paraguai, além dos 3 milhões que já estão naquele país. Com essa medida, todo o rebanho será vacinado, informou o ministro brasileiro.

Pratini também disse que esse acordo faz parte do "espírito dos programas de combate à aftosa nos países do Mercosul". O Paraguai vai passar a adotar uma série de medidas de combate à aftosa, consideradas satisfatórias para o Brasil, informou.

O Brasil é o maior rebanho comercial do mundo, com cerca de 165 milhões de cabeças. De acordo com o ministro Pratini, há 13 meses não há registro no país de casos de aftosa.

A febre aftosa é uma doença causada por vírus, que ataca todos os animais domésticos biungulados (possuem duas unhas), além de alguns animais silvestres, como veados e capivaras. O animal contaminado desenvolve feridas na língua, gengiva e nas unhas, além de ter febre e salivar intensamente. Não há tratamento para a doença, apenas prevenção.