Agentes investigam possibilidade da Al Qaeda ter planejado atentados no Quênia

29/11/2002 - 15h59

Brasília, 29/11/2002 (Agência Brasil - ABr/CNN) - Investigadores quenianos e israelenses começaram a analisar a possibilidade de a rede terrorista Al Qaeda, ligada a Osama Bin Laden, ter planejado os dois atentados quase simultâneos que deixaram dezenas de mortos e feridos ontem, no Quênia. Doze pessoas já foram presas e estão sendo interrogadas sobre os ataques. As informações são da CNN.

A seqüência de atentados na costa do país começou com o disparo de dois mísseis contra um avião da companhia comercial israelense Arkia, que tinha acabado de decolar em direção a Tel Aviv (Israel) com 271 pessoas a bordo. Os mísseis não atingiram o avião por pouco e, por isso, ninguém ficou ferido.

Menos de uma hora depois, três homens-bomba, com a ajuda de um carro repleto de explosivos, destruíram a entrada do Hotel Paradise, em Mombasa, causando a morte de 13 pessoas, sendo três israelenses. O hotel, de propriedade de israelenses, era um conhecido destino de turistas procedentes do Estado judeu.

Um dos três suicidas foi identificado pela Rádio do Exército de Israel como Abdullah Ahmed Abdullah, nome que aparece na lista do FBI – a polícia federal norte-americana – como um dos terroristas mais procurados da Al Qaeda. Sua captura vale uma recompensa de 25 milhões de dólares. Abdullah, um egípcio também conhecido como "Saleh", é apontado por autoridades norte-americanas como o líder das células da Al Qaeda no leste da África. O FBI ainda não se pronunciou a respeito das identidades dos suspeitos.

Um grupo até então desconhecido, que se intitulou "O Exército da Palestina", enviou um fax ao escritório da agência Reuters em Beirute, reivindicando a autoria dos atentados. Um outro fax foi recebido pela emissora de televisão do grupo radical islâmico Hezbollah, Al-Manar. Os editores, porém, disseram que a mensagem não era confiável. No fax, o grupo alegava que os ataques terroristas tinham o objetivo de marcar a decisão das Nações Unidas, ocorrida em 29 de novembro de 1947, que resultou na divisão da Palestina e na criação do Estado de Israel.

Em Israel, o primeiro-ministro Ariel Sharon jurou encontrar os responsáveis pelos ataques. Do Texas (EUA), o presidente norte-americano, George W. Bush, disse, por meio de um porta-voz, que é prematuro afirmar qualquer vínculo entre os atentados no Quênia e a Al Qaeda.