Brasília, 1º (Agência Brasil - ABr) - Um levantamento inédito e nacional dos
serviços de atenção aos dependentes químicos no Brasil será realizado pela
Universidade Federal do Rio de Janeiro) como resultado do termo de
compromisso a ser assinado nesta segunda-feira entre a UFRJ e a SENAD
(Secretaria Nacional Antidrogas). A assinatura ocorre
às 17h, no campus da UFRJ, com a presença do chefe do Gabinete
de Segurança Institucional e presidente do Conselho Nacional Antidrogas,
General Alberto Cardoso; do secretário nacional Antidrogas, Paulo Roberto
Uchôa; e do reitor da universidade, professor José Henrique Vilhena de
Paiva.
A pesquisa "Panorama dos Serviços de Atenção a Dependentes Químicos no
Brasil" abrangerá todas as capitais do país (incluindo o
Distrito Federal) e as regiões metropolitanas destas capitais, além das
cidades com mais de 200 mil habitantes. O número de instituições pesquisadas
em cada localidade será proporcional à população urbana. Para o titular
da SENAD, Paulo Roberto Uchôa, a pesquisa é fundamental para o bom andamento
da política nacional antidrogas, pois seus resultados irão "conferir rigor
científico ao planejamento estratégico e ao desenvolvimento das ações da
SENAD".
Um primeiro e preliminar mapeamento feito pela própria SENAD identificou a
existência de aproximadamente 1.300 instituições voltadas para o atendimento
do dependente químico no Brasil. Uma atualização deste
levantamento obteve retorno de cerca de 220 instituições, sendo que 78 delas
já estão devidamente cadastradas junto à Secretaria Nacional Antidrogas e
aptas a requerer subvenções sociais para o custeio de suas atividades.
A pesquisa feita pela UFRJ em parceria com a SENAD vai melhorar o
conhecimento destas instituições, que serão caracterizadas quanto à
sua natureza (públicas, privadas ou filantrópicas), à modalidade de
atendimento, à existência ou não de programas de reabilitação social, à
infra-estrutura física e ao tempo médio de tratamento. A pesquisa também levantará um perfil dos usuários em relação à
idade, sexo, tipo de drogas usadas, freqüência de uso, nível sócio-econômico
e grau de gravidade da dependência.
Outro objetivo da pesquisa é medir a qualidade do serviço prestado pelas
instituições, com base na opinião dos próprios dependentes. Este nível
de qualidade também será medido através de análise dos profissionais
vinculados às instituições, que serão questionados sobre sua formação,
cursos de capacitação realizados e experiência com usuários de drogas.
A SENAD e a UFRJ reconhecem que as informações sobre os serviços de atenção
aos dependentes químicos no Brasil são esparsas e de baixa precisão. Além
disso, não se tem uma noção clara do que acontece em relação ao
tratamento nas diversas regiões geopolíticas brasileiras, o que causa um
certo vácuo político e técnico para o setor.
Como uma implantação eficiente
e correta da Política Nacional Antidrogas exige conhecimento real da
situação das instituições envolvidas no tratamento de dependentes
químicos, a pesquisa da UFRJ permitirá uma abordagem mais direcionada e
efetiva nos planos, programas e ações dos órgãos envolvidos com a questão.
Além da SENAD, o Ministério da Saúde também receberá os dados coletados pela
pesquisa, que servirão como subsídio para uma avaliação crítica do
tratamento de dependentes químicos no Brasil, além de possibilitar um avanço
no planejamento, implementação e execução de políticas e programas mais
eficientes e com melhor desempenho do setor.
A assinatura do convênio entre a SENAD e a UFRJ acontecerá nesta
segunda-feira, às 17h, no Núcleo de Computação Eletrônica
da UFRJ, que fica no prédio do Centro de Ciências Matemáticas e da Natureza,
no campus da universidade (Avenida Ipê, 550, Ilha do Fundão).