regularização de quilombos https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//taxonomy/term/179652/all pt-br Dilma entrega documentos de posse da terra para quilombolas https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//noticia/2013-12-05/dilma-entrega-documentos-de-posse-da-terra-para-quilombolas <p style="margin-bottom: 0cm">Paulo Victor Chagas<br /> <i>Rep&oacute;rter da Ag&ecirc;ncia Brasil</i></p> <p> <img alt="" src="https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//sites/_agenciabrasil/files/imagecache/300x225/gallery_assist/26/gallery_assist735894/prev/Dilma_desapropria_terras%20para%20Quilombolas_%209127.jpg" style="width: 300px; height: 225px; margin: 3px; float: right;" />Bras&iacute;lia - A presidenta Dilma Rousseff assinou na tarde de hoje (5) uma s&eacute;rie de decretos para a desapropria&ccedil;&atilde;o de territ&oacute;rios quilombolas e entregou documentos para a imiss&atilde;o de posse da terra. Na cerim&ocirc;nia, a presidenta avaliou que a regulariza&ccedil;&atilde;o fundi&aacute;ria, al&eacute;m de ser uma quest&atilde;o de sobreviv&ecirc;ncia para as comunidades, &eacute; importante para a sua identidade.</p> <p> Vinte e quatro comunidades quilombolas foram beneficiadas com a imiss&atilde;o de posse. De acordo com a Secretaria de Pol&iacute;ticas de Promo&ccedil;&atilde;o da Igualdade Racial (Seppir), 3.071 fam&iacute;lias ser&atilde;o contempladas com o benef&iacute;cio em 15 estados, totalizando 55,5 mil hectares.</p> <p> Francisco Cordeiro Barbosa mora em Brejo dos Crioulos, Minas Gerais, comunidade quilombola que representou as demais na entrega do documento. De acordo com ele, s&atilde;o 17 mil hectares, dos quais mais de 14 mil estavam em m&atilde;os de fazendeiros. &ldquo;&Eacute; um povo que vive da terra, que sabe plantar, criar. &Eacute; uma fam&iacute;lia agr&iacute;cola, cultural e extrativista, que depende muito do territ&oacute;rio para sobreviver. A maior parte dos quilombolas vive encurralada dentro do pr&oacute;prio territ&oacute;rio. Tem um territ&oacute;rio que &eacute; da comunidade, mas est&aacute; cheio de fazendeiro l&aacute; dentro&rdquo;, conta.</p> <p style="margin-bottom: 0cm">Segundo Francisco Barbosa, a documenta&ccedil;&atilde;o recebida do governo hoje se refere apenas a uma das dez fazendas que aguardam a imiss&atilde;o de posse na Justi&ccedil;a.</p> <p style="margin-bottom: 0cm">A presidenta assinou tamb&eacute;m decretos de declara&ccedil;&atilde;o de interesse social e os entregou a representantes de dez comunidades quilombolas. Segundo a ministra da Seppir, Luiza Bairros, as declara&ccedil;&otilde;es s&atilde;o emitidas depois que uma &aacute;rea &eacute; delimitada e nela s&atilde;o identificados povos n&atilde;o quilombolas ocupando o local. &ldquo;Esse &eacute; o primeiro passo para desapropria&ccedil;&atilde;o dos territ&oacute;rios ocupados por n&atilde;o quilombolas&rdquo;, explicou.</p> <p> Com os documentos, ser&aacute; poss&iacute;vel desapropriar cerca de 14 mil hectares em comunidades do Cear&aacute;, Rio Grande do Norte, Par&aacute;, Maranh&atilde;o, Tocantins, de Minas Gerais e da Para&iacute;ba. Segundo a Seppir, a medida vai beneficiar 749 fam&iacute;lias.</p> <p> Sandra Andrade, que pertence &agrave; Comunidade dos Marques, no munic&iacute;pio de Carlos Chagas (MG), conta que houve conflito na regi&atilde;o devido &agrave; instala&ccedil;&atilde;o de uma hidrel&eacute;trica que causou impacto &agrave; popula&ccedil;&atilde;o quilombola. A interfer&ecirc;ncia tamb&eacute;m ocorria por parte de fazendeiros pr&oacute;ximos ao local. &ldquo;A gente plantava de dia e eles derrubavam &agrave; noite, era conflito constante&rdquo;.</p> <p> Segundo Sandra, a medida vai beneficiar a agricultura das fam&iacute;lias. &ldquo;Com esse decreto, a gente vai ter um espa&ccedil;o maior para desenvolver a cultura da comunidade e gerar renda, sem precisarmos ir para a cidade procurar emprego igual estava acontecendo antes&rdquo;, explica.</p> <p> Apesar de reconhecer os avan&ccedil;os anunciados, o representante da Coordena&ccedil;&atilde;o Nacional de Articula&ccedil;&atilde;o das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (Conaq), Johnny Martins, disse que a situa&ccedil;&atilde;o ainda n&atilde;o &eacute; satisfat&oacute;ria. Segundo ele, das mais de 5 mil comunidades quilombolas existentes no pa&iacute;s, onde moram 16 milh&otilde;es de brasileiros, apenas 207 s&atilde;o tituladas.</p> <p> &ldquo;As demais comunidades enfrentam problema de regulariza&ccedil;&atilde;o fundi&aacute;ria, que amea&ccedil;a a perda de territ&oacute;rios, mas tamb&eacute;m a perda de vidas no grande conflito agr&aacute;rio que enfrentamos neste pa&iacute;s. Isso tem que mudar&rdquo;, cobrou.</p> <p> As outras comunidades quilombolas beneficiadas pelos decretos s&atilde;o Mat&otilde;es dos Moreira (Maranh&atilde;o), Grilo, Mat&atilde;o e Pedra D&#39;&Aacute;gua (Para&iacute;ba), Lagoa das Pedras Encantadas do Bonfim e S&iacute;tio Arruda (Cear&aacute;), Bom Jardim (Par&aacute;), Grot&atilde;o (Tocantins) e Capoeiras (Rio Grande do Norte). Durante a solenidade, tr&ecirc;s quilombos de Sergipe receberam t&iacute;tulos parciais de propriedade.</p> <p> Em seu discurso, a presidenta tamb&eacute;m defendeu a implementa&ccedil;&atilde;o de a&ccedil;&otilde;es afirmativas acompanhadas de pol&iacute;ticas de inclus&atilde;o racial e de regulariza&ccedil;&atilde;o fundi&aacute;ria. &ldquo;Um pa&iacute;s verdadeiramente democr&aacute;tico tem de construir uma pol&iacute;tica, pelo governo e pelos movimentos sociais, em que a cor da pele n&atilde;o &eacute; raz&atilde;o para exclus&atilde;o e discrimina&ccedil;&atilde;o, onde as pessoas sejam diferentes e as oportunidades iguais&rdquo;, defendeu.</p> <p> <i>Edi&ccedil;&atilde;o: Davi Oliveira</i></p> <p style="margin-bottom: 0cm"><em>Todo o conte&uacute;do deste site est&aacute; publicado sob a Licen&ccedil;a Creative Commons Atribui&ccedil;&atilde;o 3.0 Brasil. 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