Subnotificação de crimes https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//taxonomy/term/179614/all pt-br Pesquisa mostra que brasileiro procura pouco a polícia https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//noticia/2013-12-05/pesquisa-mostra-que-brasileiro-procura-pouco-policia <p><img alt="" src="https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//sites/_agenciabrasil/files/imagecache/300x225/gallery_assist/24/gallery_assist735854/prev/ABr051213DSC_2886.jpg" style="width: 300px; height: 225px; margin: 8px; float: right;" />Thais Araujo<br /> <em> Rep&oacute;rter da Ag&ecirc;ncia Brasil</em></p> <p>Bras&iacute;lia - Dois em cada dez brasileiros que moram em cidades com mais de 15 mil habitantes e foram v&iacute;timas de crimes e ofensas como agress&otilde;es, discrimina&ccedil;&atilde;o e furtos, nos &uacute;ltimos 12 meses anteriores &agrave; pesquisa, procuraram a pol&iacute;cia para registrar a ocorr&ecirc;ncia.</p> <p>De acordo com a Pesquisa Nacional de Vitimiza&ccedil;&atilde;o, divulgada hoje (5) pelo Minist&eacute;rio da Justi&ccedil;a, as mais baixas taxas de notifica&ccedil;&atilde;o s&atilde;o registradas no Nordeste (15,8%), especialmente na Para&iacute;ba (11%), Bahia (13,7%), no Rio Grande do Norte (14,2%) e em Pernambuco (14,6%). Entre as capitais, Jo&atilde;o Pessoa (PB) tem a taxa mais baixa (8,5), seguida por Salvador (12,2%) e Natal (15,1%).</p> <p>Para a secret&aacute;ria nacional de Seguran&ccedil;a P&uacute;blica, Regina Miki, essa realidade est&aacute; associada a dois fatores: oferta insuficiente de servi&ccedil;os de seguran&ccedil;a p&uacute;blica e falta de confian&ccedil;a na pol&iacute;cia. De acordo com o levantamento, aproximadamente 80% dos entrevistados disseram confiar pouco ou n&atilde;o confiar nas pol&iacute;cias Militar e Civil. Segundo o estudo, 18% confiam muito na Pol&iacute;cia Militar e 16,6% na Civil.</p> <p>&quot;A subnotifica&ccedil;&atilde;o se apresenta onde h&aacute; maior defici&ecirc;ncia de servi&ccedil;os, t&eacute;cnicos e postos &agrave; disposi&ccedil;&atilde;o da popula&ccedil;&atilde;o. Quando estados oferecem a facilidade para fazer a ocorr&ecirc;ncia pela internet, a subnotifica&ccedil;&atilde;o diminui. Na outra ponta, h&aacute; lugares, como no Amazonas, em que se levam quatro horas de barco para registrar uma ocorr&ecirc;ncia.</p> <p>Al&eacute;m disso, h&aacute; munic&iacute;pios onde faltam delegacias e Pol&iacute;cia Judici&aacute;ria. Tudo isso, aliado &agrave; desconfian&ccedil;a nas pol&iacute;cias, mostra ao governo federal que h&aacute; necessidade de oferecer tecnologia e capacita&ccedil;&atilde;o em determinadas regi&otilde;es, inclusive na fronteira&quot;, disse ela.</p> <p>A secret&aacute;ria disse que a pesquisa buscou resposta para 12 tipos de crimes e ofensas contemplados no estudo - agress&otilde;es, amea&ccedil;as, discrimina&ccedil;&atilde;o; roubo e furto de objetos, de carros e de motos; fraudes, acidentes de tr&acirc;nsito, ofensa sexual e sequestro-rel&acirc;mpago.</p> <p>O roubo de carros apresentou maior taxa de notifica&ccedil;&atilde;o (90%), seguido pelo roubo de moto (80,7%). Os casos em que as v&iacute;timas procuram menos a pol&iacute;cia s&atilde;o discrimina&ccedil;&atilde;o (2,1%), ofensa sexual (7,5%), fraudes (11,6%) e agress&otilde;es (17,2%).</p> <p>O estudo aponta distin&ccedil;&atilde;o no comportamento dos envolvidos segundo as vari&aacute;veis socioecon&ocirc;micas e demogr&aacute;ficas. A taxa de notifica&ccedil;&atilde;o dos crimes &eacute; maior entre as v&iacute;timas que comp&otilde;em a classe A (22,9%) e t&ecirc;m n&iacute;vel superior (24,2%).</p> <p>Para elevar o grau de confian&ccedil;a da popula&ccedil;&atilde;o nas pol&iacute;cias, a secret&aacute;ria defendeu melhorias na forma&ccedil;&atilde;o dos profissionais para &quot;atender &agrave;s necessidades do dia a dia da sociedade&quot;.</p> <p>&quot;[&Eacute; preciso] que a pol&iacute;cia entenda que sua fun&ccedil;&atilde;o &eacute; a defesa da sociedade e n&atilde;o do Estado. A independ&ecirc;ncia pol&iacute;tica &eacute; fundamental. Al&eacute;m disso, &eacute; necess&aacute;rio fazer com que o fluxo do sistema de seguran&ccedil;a e de Justi&ccedil;a se comuniquem, e que a fiscaliza&ccedil;&atilde;o das pol&iacute;ticas seja muito mais atuante, fortalecendo corregedorias e ouvidorias&quot;, disse.</p> <p>Em <a href="http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2013-12-05/mais-de-um-terco-de-brasileiros-em-cidades-com-mais-de-15-mil-habitantes-sofreu-crime-ou-ofensa">outra leitura</a> da pesquisa, segundo a qual tr&ecirc;s em cada dez brasileiros, que vivem em cidades com mais de 15 mil habitantes, dizem ter sofrido ao longo da vida algum dos tipos de crimes ou ofensas contemplados na pesquisa, a secret&aacute;ria disse que os n&uacute;meros n&atilde;o surpreenderam, porque outros dados do Minist&eacute;rio da Justi&ccedil;a apontam para patamar semelhante.</p> <p>O coordenador do Centro de Estudos de Criminalidade da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Claudio Beato, ressaltou que os crimes e ofensas mais comuns s&atilde;o as agress&otilde;es e amea&ccedil;as, com 14,3% dos entrevistados tendo sofrido situa&ccedil;&otilde;es do tipo nesse per&iacute;odo, seguido por relatos de discrimina&ccedil;&atilde;o (10,7%). A institui&ccedil;&atilde;o &eacute; uma das parceiras no desenvolvimento da pesquisa.</p> <p>&quot;S&atilde;o delitos interessantes de observar no detalhamento porque muitos deles t&ecirc;m a ver com fatores religiosos, que ainda representam um fator importante de conflito na sociedade brasileiro, e homofobia&quot;, explicou.</p> <p>A Pesquisa Nacional de Vitimiza&ccedil;&atilde;o foi feita pela primeira vez no Brasil pelo Minist&eacute;rio da Justi&ccedil;a, em parceria com o Programa das Na&ccedil;&otilde;es Unidas para o Desenvolvimento e a UFMG. Ao todo, foram entrevistadas 78 mil pessoas, em 346 munic&iacute;pios, nos per&iacute;odos de junho de 2010 a maio de 2011 e de junho de 2012 a outubro de 2012.</p> <p>&nbsp;</p> <p><em>Edi&ccedil;&atilde;o: Beto Coura<br /> Todo o conte&uacute;do deste site est&aacute; publicado sob a Licen&ccedil;a Creative Commons Atribui&ccedil;&atilde;o 3.0 Brasil. Para reproduzir as mat&eacute;rias &eacute; necess&aacute;rio apenas dar cr&eacute;dito &agrave; <strong>Ag&ecirc;ncia Brasil</strong> </em></p> Claudio Beato Nacional Pesquisa Nacional de Vitimização Pnud Regina Miki Subnotificação de crimes UFMG Thu, 05 Dec 2013 18:12:32 +0000 alberto.coura 735873 at https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil/