David Legher https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//taxonomy/term/179150/all pt-br Pesquisa mostra que 56% dos homens já foram agressivos com a companheira https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//noticia/2013-11-29/pesquisa-mostra-que-56-dos-homens-ja-foram-agressivos-com-companheira <p> Fl&aacute;via Albuquerque<br /> <em>Rep&oacute;rter da Ag&ecirc;ncia Brasil</em><br /> <img alt="" src="https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//sites/_agenciabrasil/files/imagecache/300x225/gallery_assist/29/gallery_assist664476/prev/11082010-11.08.2010MCA3476.jpg" style="width: 300px; height: 225px; margin: 2px; float: right;" /><br /> S&atilde;o Paulo - Uma pesquisa elaborada pelo Data Popular a pedido do Instituto Avon revelou que 56% dos homens j&aacute; tiveram atitudes que caracterizam viol&ecirc;ncia dom&eacute;stica contra suas parceiras. De acordo com a pesquisa <span class="st">Percep&ccedil;&otilde;es dos Homens sobre a Viol&ecirc;ncia Dom&eacute;stica contra a Mulher</span>, divulgada hoje (29), na capital paulista 41% dos brasileiros conhecem pelo menos um homem que tenha sido violento com sua parceira. Para fazer a pesquisa foram entrevistados 995 homens e 505 mulheres a partir de 16 anos em 50 munic&iacute;pios das cinco regi&otilde;es do pa&iacute;s.</p> <p> A pesquisa mostrou ainda que 16% dos entrevistados admitem j&aacute; ter sido agressivos com a companheira. Mas quando listada uma s&eacute;rie de atitudes consideradas violentas, &eacute; que se chega ao resultado de 56% deles admitindo terem sido agressivos. Entre os itens apontados est&atilde;o: xingou, empurrou, amea&ccedil;ou com palavras, deu um tapa, um soco, impediu de sair de casa, arremessou algum tipo de objeto, humilhou em p&uacute;blico,obrigou a fazer sexo sem vontade e amea&ccedil;ou com arma.</p> <p> Segundo o estudo 53% dos homens entram no casamento com expectativa de felicidade, mas a mesma porcentagem atribui &agrave; mulher a responsabilidade pelo sucesso da uni&atilde;o. Ainda dentro das expectativas 85% acham inaceit&aacute;vel a mulher ficar alcoolizada 69% n&atilde;o concordam que ela saia com amigos sem sua companhia e 46% consideram inaceit&aacute;vel o uso de roupas justas e decotadas.</p> <p> O estudo indicou tamb&eacute;m que a mulher ainda &eacute; vista como respons&aacute;vel pelo trabalho dom&eacute;stico, j&aacute; que 89% n&atilde;o aceitam que a mulher n&atilde;o mantenha a casa em ordem. Em outro aspecto a pesquisa constatou que 29% dos entrevistados acreditam que o homem s&oacute; bate porque a mulher provoca e 23% batem porque s&oacute; assim a mulher &quot;cala a boca&quot;, al&eacute;m de que 12% acha que t&ecirc;m raz&atilde;o em bater na mulher caso ela os traia.</p> <p> De acordo com o estudo o ambiente na inf&acirc;ncia pode ser o fator influente no comportamento do homem adulto 67% dos agressores presenciaram discuss&otilde;es dos pais quando crian&ccedil;as, enquanto entre os n&atilde;o agressores esse n&uacute;mero cai para 47%. Entre os agressores 21% viram viol&ecirc;ncia f&iacute;sica e entre os n&atilde;o agressores esse &iacute;ndice cai para 9%.</p> <p> Quando questionados sobre a Lei Maria da Penha 92% dos homens se disseram favor&aacute;veis, mas 35% afirmaram que a desconhecem parcial ou totalmente. A maioria dos homens n&atilde;o entende que a lei atua para diminuir a desigualdade de g&ecirc;nero. Para&nbsp; 37%&nbsp; as mulheres desrespeitam mais os homens por causa da lei e 81% defendem que os homens tamb&eacute;m deveriam ser protegidos pela lei.</p> <p> O presidente da Avon, David Legher observou que a pesquisa mostrou que a sociedade ainda est&aacute; muito longe de poder dizer que a viol&ecirc;ncia dom&eacute;stica n&atilde;o existe. Segundo ele a ideia de ouvir homens nesta edi&ccedil;&atilde;o da pesquisa que &eacute; feita desde 2009, veio para sentir as impress&otilde;es do g&ecirc;nero sobre o tema e o resultado impressionou. &quot;No Brasil a cada quatro minutos uma mulher &eacute; v&iacute;tima de viol&ecirc;ncia dom&eacute;stica e a cada minuto uma morre em fun&ccedil;&atilde;o disso. Temos que erradicar esse comportamento da sociedade. A pesquisa mostra que a mulher acha normal que isto aconte&ccedil;a. O primeiro passo &eacute; a mulher acordar desta situa&ccedil;&atilde;o. Tem que perceber e contar esta hist&oacute;ria para algu&eacute;m&quot;, ressaltou.</p> <p> A ministra da Secretaria de Pol&iacute;ticas para as Mulheres da Presid&ecirc;ncia da Rep&uacute;blica, Eleonora Menicucci, destacou que o poder p&uacute;blico n&atilde;o tem condi&ccedil;&otilde;es de enfrentar esta realidade sozinho e para acabar com a viol&ecirc;ncia contra as mulheres &eacute; necess&aacute;rio que os movimentos sociais e empresas participem. &ldquo;As parcerias com empresas e movimentos sociais s&atilde;o uma determina&ccedil;&atilde;o do Governo Federal. Temos que aproveitar e transformar isto em pol&iacute;ticas p&uacute;blica, porque neste momento se&nbsp; reconhece a exist&ecirc;ncia do fen&ocirc;meno. E estas pol&iacute;ticas p&uacute;blicas devem reverter de fato estes dados&rdquo;.</p> <p> O fato de muitas atitudes violentas serem consideradas normais pelos homens e nem serem lembradas por eles &eacute; cultural e patriarcal, como se fizesse parte do contrato do casamento. Eleonora lembrou que at&eacute; dez anos atr&aacute;s as feministas ficavam isoladas sem conseguir mostrar essa realidade. &ldquo;No governo de Luiz In&aacute;cio Lula da Silva as pol&iacute;ticas ficaram mais s&eacute;rias e punitivas. O machismo existe e temos que mudar essa sociedade sexista. Nas novas gera&ccedil;&otilde;es j&aacute; h&aacute; mudan&ccedil;as de comportamento&rdquo;.</p> <p> A ministra disse n&atilde;o ver muitas mudan&ccedil;as entre os homens adultos. &ldquo;Depende do meio em que vive, a cultura em que est&aacute; envolvido, mas acredito que estamos no caminho certo porque a sociedade est&aacute; inteiramente mobilizada. Esta mudan&ccedil;a de mentalidade &eacute; para mim os maiores desafios. Devem ser feitas campanhas acesso maior das mulheres &agrave; informa&ccedil;&atilde;o, acolhimento maior e julgamentos exemplares&rdquo;, explicou.</p> <p> <em>Edi&ccedil;&atilde;o: Val&eacute;ria Aguiar</em></p> <p> Todo o conte&uacute;do deste site est&aacute; publicado sob a Licen&ccedil;a Creative Commons Atribui&ccedil;&atilde;o 3.0 Brasil. &Eacute; necess&aacute;rio apenas dar cr&eacute;dito &agrave; <strong>Ag&ecirc;ncia Brasil</strong></p> <p> &nbsp;</p> brasileiros companheira Data Popular David Legher Eleonora Menicucci homens Instituto Avon Nacional Fri, 29 Nov 2013 16:50:12 +0000 valeria.aguiar 735409 at https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil/