jovem baleado https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//taxonomy/term/177974/all pt-br Caminhada pede paz e protesta contra violência policial na periferia de São Paulo https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//noticia/2013-11-02/caminhada-pede-paz-e-protesta-contra-violencia-policial-na-periferia-de-sao-paulo <p>Daniel Mello<br /> <em>Rep&oacute;rter da Ag&ecirc;ncia Brasil</em></p> <p> <a href="http://agenciabrasil.ebc.com.br/galeria/2013-11-02/moradores-da-zona-sul-de-sao-paulo-participam-da-18%C2%AA-caminhada-pela-vida-e-pela-paz"><img alt="" src="https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//sites/_agenciabrasil/files/imagecache/300x225/gallery_assist/26/gallery_assist734240/prev/Caminhada%20pela%20Vida%20e%20pela%20Paz_9611.JPG" style="width: 300px; height: 225px; margin: 4px; float: right;" /></a>S&atilde;o Paulo &ndash; &ldquo;Por que atirou em mim?&rdquo; era a pergunta que os moradores da regi&atilde;o do Jardim &Acirc;ngela, zona sul paulistana, levavam escrita em camisetas brancas e repetiram em refr&atilde;o ao sa&iacute;rem em passeata na manh&atilde; de hoje (2). O ato, que ocorre todos os anos no Dia de Finados, come&ccedil;ou como uma rea&ccedil;&atilde;o &agrave; viol&ecirc;ncia que afligia o bairro na d&eacute;cada de 1990. Neste ano, as centenas de manifestantes que sa&iacute;ram da Par&oacute;quia Santos M&aacute;rtires e foram at&eacute; o Cemit&eacute;rio Jardim S&atilde;o Lu&iacute;s prestaram solidariedade &agrave; comunidade da Vila Medeiros, zona norte, onde o estudante Douglas Rodrigues foi morto por um policial no &uacute;ltimo dia 27.</p> <p> Segundo&nbsp; a Pol&iacute;cia Militar, Douglas foi baleado acidentalmente durante uma abordagem. A m&atilde;e do jovem diz que, antes de morrer, o estudante questionou o motivo do disparo. Desde ent&atilde;o, a frase tem sido difundida nas redes sociais como um bord&atilde;o contra a viol&ecirc;ncia policial. &ldquo;Eles [moradores da Vila Medeiros] nos pediram em comunh&atilde;o, em solidariedade, para assumir a campanha em que eles est&atilde;o usando as &uacute;ltimas palavras do menino antes de morrer&rdquo;, explicou o padre respons&aacute;vel pela Par&oacute;quia Santos M&aacute;rtires, Jaime Crowe. &ldquo;A nossa caminhada &eacute; buscar for&ccedil;as e juntar &acirc;nimo, porque a paz &eacute; um caminho que temos que construir&rdquo;.</p> <p> <a href="http://agenciabrasil.ebc.com.br/galeria/2013-11-02/moradores-da-zona-sul-de-sao-paulo-participam-da-18%C2%AA-caminhada-pela-vida-e-pela-paz"><img alt="" src="https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//sites/_agenciabrasil/files/imagecache/300x225/gallery_assist/26/gallery_assist734240/prev/Caminhada%20pela%20Vida%20e%20pela%20Paz_9615.JPG" style="width: 300px; height: 225px; margin: 4px; float: left;" /></a>Nos 18 anos em que a caminhada &eacute; feita, Crowe diz que viu aos poucos a realidade do bairro melhorar, apesar da regi&atilde;o ainda ser uma das mais violentas da cidade.&nbsp; O padre atribui a&nbsp; evolu&ccedil;&atilde;o &agrave;s a&ccedil;&otilde;es da comunidade ao crescimento dos investimentos do Poder P&uacute;blico. &ldquo;A soma das pequenas a&ccedil;&otilde;es na regi&atilde;o e algumas grandes, como a presen&ccedil;a do Hospital M&#39;Boi Mirim, que cria perspectivas para as pessoas da regi&atilde;o&rdquo;, cita ao relacionar os fatores, que na sua opini&atilde;o, ajudaram a reduzir o n&uacute;mero de homic&iacute;dios de 130 para cada 100 mil habitantes, em 1996, para 25 nos &uacute;ltimos indicadores.</p> <p> Para continuar reduzindo a viol&ecirc;ncia, o padre defende um policiamento que esteja mais pr&oacute;ximo &agrave; comunidade. &ldquo;A gente luta por uma nova pol&iacute;cia. N&atilde;o uma Pol&iacute;cia Militar. Uma pol&iacute;cia que seja integrada na comunidade. Um policial que &eacute; conhecido pelo nome, n&atilde;o s&oacute; pela farda&rdquo;, ressalta.</p> <p> <a href="http://agenciabrasil.ebc.com.br/galeria/2013-11-02/moradores-da-zona-sul-de-sao-paulo-participam-da-18%C2%AA-caminhada-pela-vida-e-pela-paz"><img alt="" src="https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//sites/_agenciabrasil/files/imagecache/300x225/gallery_assist/26/gallery_assist734240/prev/Caminhada%20pela%20Vida%20e%20pela%20Paz_9612.JPG" style="width: 300px; height: 225px; margin: 4px; float: right;" /></a>O professor de psicologia da Universidade de S&atilde;o Paulo Luis Gale&atilde;o veio da zona oeste para participar do ato. &ldquo;S&oacute; a comunidade organizada que vai conseguir diminuir esses &iacute;ndices de viol&ecirc;ncia. J&aacute; diminuiu muito, mas ainda tem muito a diminuir&rdquo;, disse, ao responder porque participava da passeata.</p> <p> Para Gale&atilde;o, o caso de Douglas &eacute; um exemplo do que acontece cotidianamente tamb&eacute;m no Jardim &Acirc;ngela. &ldquo;Muitos jovens morrem aqui sem qualquer not&iacute;cia sair nos jornais ou sem qualquer como&ccedil;&atilde;o. Ent&atilde;o, acho importante, quando se tem uma situa&ccedil;&atilde;o como essa, que houve como&ccedil;&atilde;o, que todo mundo relembre isso. Ningu&eacute;m deve morrer por um tiro, acidental ou n&atilde;o, da pol&iacute;cia&rdquo;.</p> <p> Robson Batista, educador em um servi&ccedil;o que atende crian&ccedil;as v&iacute;timas de viol&ecirc;ncia no bairro, acredita que para enfrentar a viol&ecirc;ncia &eacute; preciso trabalhar com os n&uacute;cleos familiares. &ldquo;Trazendo a paz para o lar, a gente vai conseguir ter pessoas mais pac&iacute;ficas, independente de ser um policial ou um menino que n&atilde;o teve oportunidades e resolveu ir para o crime&rdquo;, disse.</p> <p> <em>Edi&ccedil;&atilde;o: F&aacute;bio Massalli</em></p> <p> Todo o conte&uacute;do deste site est&aacute; publicado sob a Licen&ccedil;a Creative Commons Atribui&ccedil;&atilde;o 3.0 Brasil. 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