fertilidade do solo https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//taxonomy/term/177683/all pt-br Agricultores do Semiárido garantem fertilidade do solo com manejo ecológico https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//noticia/2013-10-30/agricultores-do-semiarido-garantem-fertilidade-do-solo-com-manejo-ecologico <p style="margin-bottom: 0cm">Luciano Nascimento<br /> <i>Enviado Especial da Ag&ecirc;ncia Brasil/EBC</i>*</p> <p> <img alt="" src="https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//sites/_agenciabrasil/files/imagecache/300x225/gallery_assist/25/gallery_assist733989/prev/Agricultores_%20Experimentadores_%203%20Encontro%20Nacional_093.jpg" style="width: 300px; height: 225px; margin: 3px; float: right;" />Campina Grande (PB) - Experi&ecirc;ncias de manejo agroecol&oacute;gico promovidas por fam&iacute;lias paraibanas das regi&otilde;es da Borborema, do Cariri e do Curimata&uacute; foram apresentadas hoje (29) aos cerca de 300 participantes do 3&ordm; Encontro Nacional de Agricultoras e Agricultores Experimentadores do Semi&aacute;rido.</p> <p> O manejo consiste no plantio consorciado de &aacute;rvores frut&iacute;feras, gr&atilde;os, tub&eacute;rculos, plantas medicinais, esp&eacute;cies forrageiras usadas para a alimenta&ccedil;&atilde;o de animais e &aacute;rvores nativas do Semi&aacute;rido, como angico, sabi&aacute; e camunz&eacute;, entre outras. O sistema regenera a fertilidade natural do solo e aumenta a conten&ccedil;&atilde;o e acumula&ccedil;&atilde;o de &aacute;gua, elemento fundamental em uma regi&atilde;o com per&iacute;odos de seca prolongados.</p> <p> Com a pr&aacute;tica, os agricultores do Semi&aacute;rido est&atilde;o conseguindo aliar sustentabilidade ambiental e gera&ccedil;&atilde;o de renda, possibilitando uma renda adicional &agrave;s fam&iacute;lias e reduzindo os riscos de entressafras e anos ruins.</p> <p> <img alt="" src="https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//sites/_agenciabrasil/files/imagecache/300x225/gallery_assist/25/gallery_assist733989/prev/Agricultores_%20Experimentadores_%203%20Encontro%20Nacional_090.jpg" style="width: 300px; height: 225px; margin: 3px; float: left;" />Uma das experi&ecirc;ncias relatadas no encontro &eacute; desenvolvida por Jos&eacute; Domingos de Barros, 59 anos, o seu Loro. Nascido no munic&iacute;pio de Massaranduba, no agreste paraibano, ele tem h&aacute; 30 anos uma propriedade com 3 hectares - cada hectare corresponde a 10 mil metros quadrados, o equivalente a um campo de futebol oficial. No local, durante muito tempo, ele desenvolvia um cultivo tradicional, sem preocupa&ccedil;&atilde;o em manter a biodiversidade e a mata nativa.</p> <p> Nessa &eacute;poca, ele ocupava seu terreno com planta&ccedil;&otilde;es de mandioca, milho, fava, batata-doce e feij&atilde;o, at&eacute; que uma seca severa fez com que ele tivesse que rever a forma de plantio.</p> <p> &quot;Desmatei muito, meu pai desmatava, a gente desmatava e n&atilde;o replantava. Com o passar do tempo, foi acabando tudo e eu me perguntava como minha fam&iacute;lia ia sobreviver&rdquo;, relatou.</p> <p> A pr&aacute;tica do plantio agroecol&oacute;gico come&ccedil;ou h&aacute; dez anos, ap&oacute;s seu Loro participar de uma visita de interc&acirc;mbio promovida pelo Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Massaranduba, com agricultores da regi&atilde;o que utilizavam este tipo de plantio. &quot;Eu at&eacute; dizia que a terra estava com anemia braba. Com o passar do tempo, fiquei pensando o que fazer com a terra, porque ela estava precisando de mim&quot;.</p> <p> A recupera&ccedil;&atilde;o do terreno come&ccedil;ou com a planta&ccedil;&atilde;o de esp&eacute;cies adaptadas, como nim e gliric&iacute;dia, em cons&oacute;rcio com o cultivo de laranja e mandioca. Depois vieram os p&eacute;s de banana e mam&atilde;o, al&eacute;m de plantas t&iacute;picas do Semi&aacute;rido, como palma e angico. Algumas delas, como a gliric&iacute;dia e a palma, s&atilde;o usadas para complementar a alimenta&ccedil;&atilde;o dos animais durante a seca. J&aacute; o nim &eacute; utilizado como um pesticida natural.</p> <p> <img alt="" src="https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//sites/_agenciabrasil/files/imagecache/300x225/gallery_assist/25/gallery_assist733989/prev/Agricultores_%20Experimentadores_%203%20Encontro%20Nacional_103.jpg" style="width: 300px; height: 225px; margin: 3px; float: right;" />Hoje, Loro cultiva esp&eacute;cies frut&iacute;feras para produ&ccedil;&atilde;o de caju, manga, tangerina, graviola, al&eacute;m de tr&ecirc;s esp&eacute;cies de laranja: ponc&atilde;, bahia e mimo do c&eacute;u, al&eacute;m dos lim&otilde;es taiti e galego, que s&atilde;o carros-chefes da produ&ccedil;&atilde;o. Como lavoura tempor&aacute;ria (culturas de curta dura&ccedil;&atilde;o), ele plantou feij&atilde;o-bravo, fava e melancia, em cons&oacute;rcio com jo&atilde;o-mole e eucalipto.</p> <p style="margin-bottom: 0cm">O capim cortado, diferentemente de outras planta&ccedil;&otilde;es, n&atilde;o &eacute; retirado, mas deixado no solo, junto com as folhas da vegeta&ccedil;&atilde;o, para proteger da eros&atilde;o e da perda de nutrientes. Tamb&eacute;m n&atilde;o h&aacute; o uso de agrot&oacute;xicos. Pragas, como a mosca negra dos citros, considerada a maior amea&ccedil;a a esse tipo de planta&ccedil;&atilde;o, &eacute; controlada com o uso de t&eacute;cnicas da agricultura tradicional.</p> <p style="margin-bottom: 0cm">Para desenvolver a agroecologia, os pequenos produtores precisam fazer a recomposi&ccedil;&atilde;o ambiental. Para atender a essa finalidade, seu Loro resolveu, com o apoio do sindicato de Massaranduba, criar um viveiro com esp&eacute;cies locais e adaptadas para a regi&atilde;o, para oferecer mudas de &aacute;rvores como ma&ccedil;aranduba, angico, jatob&aacute;, pau d&#39;arco, nim e pau-brasil. As esp&eacute;cies s&atilde;o distribu&iacute;das gratuitamente. Atualmente, a rede de viveiros de mudas j&aacute; abrange cinco munic&iacute;pio da regi&atilde;o: Massaranduba, Sol&acirc;nia, Remigio, Alagoa Nova e Esperan&ccedil;a.</p> <p> &quot;Depois que eu comecei a trabalhar dessa forma, vi o quanto obtive de retorno. Antes, os vizinhos achavam que eu era bobo por manter a mata. Hoje, eles j&aacute; est&atilde;o entendendo o benef&iacute;cio que isso traz. Cada muda que sa&iacute; daqui &eacute; uma planta a mais para o sert&atilde;o. Eu sinto que cada p&eacute; de &aacute;rvore que sai daqui &eacute; como se fosse uma crian&ccedil;a nova no mundo&quot;, filosofa Loro.</p> <p style="margin-bottom: 0cm"><img alt="" src="https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//sites/_agenciabrasil/files/imagecache/300x225/gallery_assist/25/gallery_assist733989/prev/Agricultores_%20Experimentadores_%203%20Encontro%20Nacional_095.jpg" style="width: 300px; height: 225px; margin: 3px; float: left;" />Vindo da Chapada Diamantina, regi&atilde;o de serras no centro da Bahia, o agricultor Reginaldo de Lima disse que estava contente em poder compartilhar da experi&ecirc;ncia. &quot;Na minha ro&ccedil;a, eu tamb&eacute;m estou fazendo o mesmo. Se cada um fizesse a sua parte, a gente n&atilde;o teria tanto problema com a &aacute;gua&quot;, alertou.</p> <p> Outro participante, Francisco de Sousa, prestava assessoria t&eacute;cnica para os produtores familiares do Semi&aacute;rido, mas resolveu experimentar o &quot;outro lado&quot; e hoje desenvolve, junto com 35 fam&iacute;lias de Vi&ccedil;osa, no Cear&aacute;, um trabalho de agroecologia na Serra da Ibiapaba, na divisa com o Piau&iacute;.</p> <p> &quot;N&oacute;s trabalhamos com respeito a natureza. Hoje, conseguimos recuperar boa parte da mata nativa. N&atilde;o cortamos mais as &aacute;rvores para fazer lenha, plantamos algumas esp&eacute;cies, como o sabi&aacute;, para essa finalidade, disse o produtor, tamb&eacute;m especializado na produ&ccedil;&atilde;o de c&iacute;tricos.</p> <p style="margin-bottom: 0cm"><em>*O rep&oacute;rter viajou a convite da Articula&ccedil;&atilde;o Semi&aacute;rido Brasileiro (ASA)</em></p> <p> <i>Edi&ccedil;&atilde;o: Davi Oliveira</i></p> <p style="margin-bottom: 0cm"><em>Todo o conte&uacute;do deste site est&aacute; publicado sob a Licen&ccedil;a Creative Commons Atribui&ccedil;&atilde;o 3.0 Brasil. 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